São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997 |
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Bares de SP instalam caça-níqueis
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
Chamado de "Bingo Mania", o equipamento funciona com a introdução de uma moeda de R$ 0,25. O apostador puxa uma alavanca e, conforme a sequência de símbolos obtida no painel, poderia ganhar de volta o valor apostado ou premiações maiores, de valor indeterminado. A introdução dos caça-níqueis no país é feita pela empresa Nevada Diversões, Comércio, Importação e Exportação Ltda., sediada na alameda dos Arapanés, 195, em Moema (zona sudoeste de SP). A empresa está oficialmente registrada em nome do português Paulo Manuel Polido Garcia Zilhão e do italiano Franco Narducci, que representaria a empresa inglesa Jebra na sociedade. Empresários locatários do equipamento apontam Ivo Noal, seu filho Cristian e o sobrinho Eduardo como intermediários entre a empresa Nevada Diversões e os locatários. Também Vitor Manuel da Silva Franco, sócio da empresa até julho deste ano, cuida da distribuição das máquinas nos pontos determinados por Noal. Considerado o chefe dos chefes do jogo do bicho paulista, Noal é, segundo os empresários, quem negociaria e avalizaria os pontos para implantação das máquinas. Funcionários de um bar na rua Roma, na Lapa (região noroeste de SP), dizem que o dono de um ponto "bonzinho" lucra R$ 500 por semana com os caça-níqueis. Esse valor representa uma comissão que varia de 25% a 40% sobre o faturamento de cada máquina. O restante é repassado à Nevada Diversões. Cerca de 200 máquinas já estariam implantadas em São Paulo, segundo atendentes da empresa. Os interessados em instalar os caça-níqueis não têm qualquer despesa. Apenas recebem a participação no faturamento em troca da cessão do ponto. Segundo a polícia paulista, Noal controla 40% do jogo do bicho no Estado. Condenado a 12 meses de prisão por jogo ilegal, Noal conseguiu a suspensão da pena, mas responde a processos por suspeita de envolvimento em três homicídios. A Nevada Diversões, constituída em 24 de julho de 95, mudou de mãos quatro vezes no período. A última mudança ocorreu em setembro passado, com a entrada na sociedade da empresa Jebra, representada por Narducci. Texto Anterior: Votação de legalização é adiada Próximo Texto: Empresa evita se pronunciar Índice |
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