São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
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Diários são lançados

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O 30º aniversário da morte do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara (1928-1967), completado ontem, vai motivar uma "overdose" de publicações sobre o personagem.
Numa incomum manifestação de robustez do mercado editorial brasileiro, vários títulos foram lançados neste ano, e outros chegarão às livrarias até o dia 15 de outubro.
A principal novidade será uma edição de trechos dos diários de Guevara e Raúl Castro nos 80 primeiros dias na Sierra Maestra (Cuba), onde iniciaram o movimento de guerrilha que, em 1959, derrubaria Fulgencio Batista.
Raúl, irmão do presidente de Cuba, Fidel Castro, é hoje o primeiro nome da linha de sucessão do regime de partido único da ilha.
"Rumo à Sierra Maestra" (editora Oficina do Autor) conta os dias iniciais dos grupo de guerrilheiros que desembarcaram em Cuba em dezembro de 1956.
A editora Record prepara a publicação do "Diário de Che na Bolívia", onde o militante narra a série de derrotas que resultariam no seu fuzilamento, em 9 de outubro de 1967. O diário, esgotado, foi publicado pela Global nos anos 80. Dessa vez, terá fotos inéditas e mapas, numa edição mais sofisticada.
A diretora editorial da Record, Luciana Villas-Boas, contabilizou oito novas biografias de Guevara no mercado internacional.
Uma delas acaba de sair. "Ernesto Guevara, Também Conhecido como Che" (Scritta) é um perfil laudatório escrito por Paco Ignacio Taibo. No mês que vem, o sociólogo Emir Sader, professor da Universidade de São Paulo, vai lançar em várias cidades "Cartas ao Che Guevara, o Mundo 30 Anos Depois" (Paz e Terra), um livro de bolso publicado em julho.
A maioria dos títulos é reverente ao personagem. O mais crítico é "Che Guevara, uma Vida em Vermelho" (Companhia das Letras), do mexicano Jorge Castañeda.
Entre outros itens, ele destaca a miopia política de Guevara em suas incursões guerrilheiras no Congo e na Bolívia.
"Che Guevara, uma Biografia" (Objetiva), de Jon Lee Anderson, revela documentos inéditos da antiga União Soviética.
Com eles, Anderson tenta demonstrar que, ao se aproximar do governo do Kremlin, os irmãos Fidel e Raúl Castro fecharam os caminhos para as aventuras guerrilheiras de Guevara, que morreu abandonado na Bolívia.
A editora Mauad relança "O Senhor de Todas as Armas", de Carlos Alberto Tenório, relato sobre Raúl Castro e outros revolucionários, como Guevara, na Sierra Maestra.

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