São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Brasil autoriza uso de armas pesadas

País atende a exigência dos EUA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro autorizou ontem a entrada de armamentos pesados durante a visita de 46 horas do presidente norte-americano, Bill Clinton, ao país. A medida vale para Brasília, São Paulo e Rio, as três cidades incluídas no programa da comitiva norte-americana.
O Ministério das Relações Exteriores não revelou a lista de armas apresentada pelos norte-americanos. Mas a Folha apurou que foram incluídos pedidos para a entrada de metralhadoras e fuzis AR-15, além de vários tipos de armas leves.
A Folha apurou que também foram autorizados 300 portes provisórios para revólveres de uso pessoal dos agentes de segurança.
Até sexta-feira pela manhã, o governo brasileiro pretendia proibir a entrada de armas pesadas. Mas havia sinais de que a decisão poderia ser revista, caso os pleitos fossem considerados razoáveis.
As negociações duraram três dias e só foram concluídas na noite de sexta-feira. Os ministros Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) e Iris Rezende (Justiça) intermediaram as conversas. A Casa Branca enviou documento reiterando o pedido, na manhã de sexta-feira.
Lampreia e Iris tiveram uma conversa rápida sobre o assunto, por telefone, na sexta à noite, e acabaram decidindo pelo fim da proibição. A Folha apurou que, anteriormente às negociações, a Receita Federal já havia autorizado a entrada de armamentos no país.
O governo norte-americano defendeu a necessidade de trazer armamentos pesados para a visita ao Brasil afirmando que Clinton e sua comitiva iriam a lugares "perigosos", como o morro da Mangueira, no Rio.
A primeira-dama Hillary Clinton também planejava visitar uma escola na periferia de Brasília ou São Paulo, o que poderia representar "situação de risco".

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