São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Crianças tapam buracos na BA

LUIZ FRANCISCO; CHRISTIANNE GONZÁLEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Entre as rodovias federais que cruzam a Bahia, a BR-324 é a que apresenta a situação mais precária. Além de ligar Salvador a Feira de Santana (segunda maior cidade do Estado), a BR-324 ainda é a principal alternativa de acesso às capitais nordestinas.
Os motoristas que trafegam pela rodovia enfrentam uma pista sem sinalização, acostamento e placas de orientação. Segundo o motorista Roberto de Jesus Nascimento, 34, a velocidade média neste trecho não ultrapassa 30 km por hora.
Na BR-324, 20 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 15 anos recebem em média R$ 2 por dia para tapar buracos nas proximidades de Riachão do Jacuípe (268 km de Salvador).
As crianças e adolescentes retiram terra, areia e pedra da margem da estrada para tapar os buracos. Quando os carros se aproximam o trabalho é acelerado.
"Com os R$ 2 que ganho por dia minha mãe compra pão e leite", diz Ivonílson Pereira dos Santos, 12. O dinheiro é dado espontaneamente pelos motoristas. "Além de aumentar o orçamento familiar, nosso trabalho contribui para a redução dos acidentes", diz José da Silva Pinto, 15.
(LUIZ FRANCISCO e CHRISTIANNE GONZÁLEZ)

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