São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997 |
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"Nunca teria um trabalho 'careta', diz profissional
DA REPORTAGEM LOCAL "Nunca teria um trabalho 'careta"', diz profissionalA paixão pelo desenho e o gosto por atividades alternativas levaram Wagner Júlio Oliveira, 26, o "Wagnão" do estúdio Tat2, a se tornar tatuador, há cinco anos. Antes de começar a tatuar, porém, Oliveira teve de esperar para ter seu corpo tatuado. "Meu pai era 'casca grossa' e não permitia que eu fizesse uma tatuagem antes dos 18 anos", conta. Depois da primeira tatuagem, decidiu comprar um equipamento profissional e começou a tatuar por hobby. "Fui aprendendo 'na raça"', afirma. Durante um ano, tatuou seus amigos -sem cobrar nada, é claro- e vivia em estúdios de tatuagem, conversando e observando os tatuadores mais antigos. "Eles viram que eu tinha jeito e me deram muita força", diz. Enquanto aprendia a tatuar, Oliveira trabalhava como vendedor em uma loja de discos de rock. "Sempre esteve ligado à cultura mais alternativa. Nunca teria um trabalho 'careta"', afirma. Hoje, ele é proprietário do estúdio Tat2 -sua mãe é a dona do imóvel- e diz que seu rendimento líquido é de R$ 2.000 por mês. Ele trabalha de segunda a sábado, algumas vezes 12 horas em um dia. "O trabalho é cansativo e cheio de incertezas, mas vale a pena", afirma. Oliveira atua como pequeno empresário, utilizando serviços bancários e contábeis, e seu estúdio conta com mais quatro profissionais: dois tatuadores, um "piercing master", que faz perfurações na pele de modo artesanal para brincos e jóias, e um atendente. Texto Anterior: Tatuadores buscam profissionalização Próximo Texto: Governo do Estado tem 7.000 vagas Índice |
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