São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Kissinger vai ajudar Disney a contornar a rigidez chinesa

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O ex-secretário de Estado Henry Kissinger vai dar assessoria à Disney em assuntos referentes aos negócios da empresa na China.
O governo chinês ameaçou boicotar a Disney se ela distribuir, como previsto, o filme "Kundum", de Martin Scorsese, com estréia marcada para dia 25 de dezembro.
"Kundum" trata dos anos iniciais da vida do Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete, país ocupado pela China, e retrata o regime chinês como violento e tirânico.
A Disney considera o mercado chinês prioritário para seus planos de expansão de vendas de filmes, vídeos, discos. Fala-se até na possibilidade de uma Disneylândia em algum lugar da China.
Kissinger, 74, como assessor de segurança nacional e secretário de Estado do governo de Richard Nixon (1969-1974), foi o principal articulador da reaproximação entre EUA e China. Ele fez diversas viagens secretas a Pequim e depois acompanhou Nixon para celebrar o reatamento de relações.
Agora, ele é consultor, especialista em política internacional. Tem publicado frequentes artigos em jornais e revistas em defesa da manutenção do status da China de nação favorecida dos EUA em questões comerciais.
A Disney não anunciou oficialmente a contratação de Kissinger. Mas John Dreyer, seu porta-voz, confirma que há "planos para ele (Kissinger) nos aconselhar em várias iniciativas que têm sido discutidas para aquela parte do mundo". Kissinger não comentou o assunto. Segundo seu escritório, ele está fora do país.
O filme "Kadum" custou US$ 28 milhões. Scorsese é considerado um dos principais cineastas atuais dos EUA. O filme não tem grandes astros. A maioria dos atores é constituída de amadores.

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