São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Castro deve deixar hospital em um mês

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O professor Leonardo Teodoro de Castro, apontado pela Polícia Federal como o responsável pela explosão no interior do Fokker-100 da TAM, poderá deixar o Hospital São Paulo em três ou quatro semanas.
A previsão foi feita ontem pelo médico José Osmar Medina Pestana, diretor do hospital. Castro, que está internado há 92 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), não necessita mais de ajuda de aparelhos para respirar desde o final de semana. A sonda usada para alimentá-lo também foi retirada.
Castro, que já saiu do coma induzido -por meio de sedativos-, ainda não está falando, mas responde a estímulos desde o final de semana. "O nível de consciência melhorou bastante. Ele balbucia alguma coisa, mas não consegue falar por causa da traqueostomia", disse o médico.
Pestana acredita que o paciente não terá sequelas ou perda de memória. "Com a evolução que ele vem tendo, acredito que não haverá sequelas. Se tiver, serão mínimas." A previsão é que o paciente deixe a UTI em uma semana e que volte a falar em cerca de 15 dias.
Castro, que era um dos passageiros do vôo 283, foi atropelado por um ônibus em 12 de julho, um dia após agentes da PF revistarem seu apartamento. Ele teve traumatismos craniano e torácico (veja quadro nesta página).
A explosão no avião da TAM, que ocorreu no dia 9 de julho, provocou a morte do engenheiro Fernando Caldeira de Moura, expelido para fora da aeronave a uma altitude de 2.400 metros.
O professor foi considerado suspeito pelo atentado logo no início das investigações. A PF afirma ter reunido sete provas que ligam Castro à explosão.
Até o momento, Castro prestou apenas um depoimento, considerado muito confuso, à polícia. "Agora ele vai poder responder a algumas perguntas", afirmou o delegado Pedro Sarzi Júnior, que presidiu o inquérito sobre o caso.
Segundo Pestana, o paciente deverá estar apto a prestar algum tipo de depoimento dias antes de deixar o hospital.
"Para nós, a recuperação dele é muito boa. O nosso interesse é esclarecer o que aconteceu", declarou Pedro Barbosa Pereira Neto, um dos dois procuradores do caso.
Ele afirmou que ainda não sabe o que vai acontecer com Castro quando ele sair do hospital. "Vamos avaliar se é o caso de pedirmos sua prisão preventiva."
Até ontem, a PF ainda não havia recebido de volta o inquérito sobre a explosão. Os procuradores querem que sejam eliminadas divergências periciais sobre o caso.
Gastos
Nesses 92 dias de internação na UTI, Castro causou um gasto ao Hospital São Paulo calculado entre R$ 138 mil e R$ 184 mil.

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