São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Veja o que pode mudar com a nova lei

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cada esporte no Brasil terá problemas diferentes para se adaptar à nova lei do esporte, seja qual for o texto final aprovado.
No caso de o projeto de lei Pelé passar sem ou com mínimas alterações, as diferenças de obstáculos já podem ser delineadas.
No futebol, por exemplo, as maiores adaptações devem vir da extinção do passe, o vínculo que prende o atleta ao clube após o fim do contrato, e da transformação dos clubes em empresas, o que os obrigará a pagar impostos.
Esses dois aspectos devem implicar um resultado negativo no caixa dos clubes. Mas a expectativa do projeto e de seu autor é que esse novo formato atraia investimentos que revertam esse quadro.
Nos esportes de amadorismo de fachada (basquete, vôlei, atletismo e natação, principalmente), o fim do passe não muda nada.
Já a adoção formal do profissionalismo deve provocar mudanças nos costumes dos dirigentes de federações, acostumados a não pagar aos clubes nem direitos de TV nem os salários dos jogadores em período de convocação.
O pagamento de impostos deve provocar outros problemas.
Para os esportes de menor popularidade, a maior dificuldade continuará sendo a falta de dinheiro. Durante décadas, essas confederações têm vivido quase exclusivamente do dinheiro público. Nos últimos anos, passaram a receber assistência do COB, que também recebe incentivo oficial.
As novas regras podem fazer o esporte enfrentar dificuldades até que encontre dirigentes capazes de atrair financiamento do setor privado (patrocinadores e TV), como em muito países do mundo.
A expectativa de ficar sem dinheiro é que move as confederações a apoiar o texto enviado ontem pelo COB.
O único ponto que deve afetar todos as confederações igualmente é a pré-fixação das regras eleitorais. Mas isso afeta mais os atuais ocupantes do que o esporte. (MD)

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