São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Herói japonês inspira revelação do tatame

LUÍS CURRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O judoca paulista Fúlvio Myiata, 20, foi a maior surpresa da equipe brasileira no Mundial da França, encerrado no último domingo.
Ao lado de nomes conhecidos -Aurélio Miguel, 33, e Edinanci Silva, 21-, Fúlvio foi responsável pelas medalhas que deixaram o Brasil na décima posição no campeonato -a melhor na história.
Ele conquistou a medalha de bronze na categoria ligeiro (até 60 kg) em sua primeira participação em uma competição internacional adulta em nível mundial.
Aurélio -três Olimpíadas no currículo- foi prata, e Edinanci -uma Olimpíada- também foi bronze, ambos no meio-pesado (até 95 kg no masculino e até 72 kg no feminino).
Após o desembarque da delegação brasileira, ontem, em São Paulo, Fúlvio, 1,61 m e 60 kg, revelou que se espelhou em seriados que via na TV, em sua infância, para começar a lutar.
Seu grande "ídolo" era Spectreman -herói japonês que lutava, com golpes de caratê, contra monstros criados por extraterrestres que queriam dominar a Terra.
A popularidade da série, que levava o nome do herói e que foi ao ar no Brasil nos anos 80, gerou seriados similares, também de grande sucesso, como "Changeman".
"Sempre gostei de artes marciais. Como meu pai já tinha feito judô, minha mãe resolveu me colocar em uma academia. Adorei", disse Fúlvio.
Em Paris, ele lutou seis vezes. Venceu todas, menos uma, por "ippon" (golpe perfeito). Sua derrota foi na semifinal, também por "ippon", para George Revazishvili (prata), da Geórgia.
Fúlvio dedicou a medalha a Fábio Augusto Silva, um amigo judoca, que morreu após fratura no pescoço em um torneio cerca de 20 dias antes do Mundial.

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