São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Degradação da praça começou nos anos 70
FABIO SCHIVARTCHE
Foi com a reurbanização do centro, promovida pelo então prefeito Olavo Setúbal, mas, principalmente, com o início das obras de construção do ramal Sé do metrô que a praça começou a ser degradada, dizem urbanistas consultados pela Folha. O metrô, afirma o arquiteto do Departamento do Patrimônio Histórico Eudes de Mello Campos Júnior, atraiu o comércio ambulante à região. Até os anos 60 existiam camelôs na praça, mas eram poucos e se limitavam a atividades específicas (eram engraxates, pipoqueiros e fotógrafos lambe-lambe). Com a inauguração do metrô, em 1978, a praça Clóvis Bevilácqua foi incorporada à Sé e, segundo Júnior, a praça perdeu sua coerência visual e de ocupação. "O espaço urbano ficou caótico, mas ainda assim serviu de palco para manifestações políticas (como o famoso comício das Diretas Já), pois a população se identificava com o local", diz. Para o professor de história da arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, Benedito Lima de Toledo, o fato de a praça ter se tornado um local de passagem contribuiu para o aparecimento dos camelôs. Hoje, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas circulem diariamente pela praça da Sé. "Depois do metrô, chegaram mais ambulantes e os marginais, que se aproveitam da confusão. A atual situação é um prejuízo à cidadania, pois as pessoas não têm mais coragem de andar pelo centro", disse Toledo. Estudioso da história da cidade, ele conta que a praça, construída no século 16 (com o nome de Largo da Sé), abrigava a igreja da Sé, ponto que indicava o limite da Vila de São Paulo. Em 1911, a antiga catedral foi derrubada e a nova demorou 42 anos para ter sua construção concluída -só foi inaugurada em 1954. Texto Anterior: Sé terá fiscalização anticamelô 24 horas Próximo Texto: Para onde vão os ambulantes Índice |
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