São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Ambulantes vão para bolsões

RENATO KRAUSZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A Administração Regional da Sé cadastrou 6.700 ambulantes na região central da cidade, num censo feito entre agosto e outubro.
A administração pretende concentrá-los em 15 bolsões, conhecidos como "camelódromos", espalhados pela região central.
O número de vagas nos bolsões, no entanto, é menor do que o de ambulantes: são 4.414 vagas.
Desse total, por lei, dois terços (2.943 vagas) devem ser destinadas a portadores de deficiência física ou maiores de 60 anos.
A administração regional vai chamar todos os ambulantes cadastrados para fazer exame médico e avaliação socioeconômica. Depois disso, começará a distribuir as vagas.
A Atesp é contra a transferência para os bolsões. "Os ambulantes vão ficar confinados", diz seu presidente, Neo Marques.
Para Marques, outro problema dos bolsões é que a prefeitura vai criar um clima de tensão, colocando camelô contra camelô.
"No largo da Concórdia, por exemplo, vão criar um bolsão para 752 ambulantes, sendo 501 deficientes ou idosos. Porém, lá já existem vários ambulantes, que têm ponto há mais de 20 anos, e todos serão removidos."
A quantidade de vagas também é criticada por Marques. "Se há 6.700 ambulantes e 4.414 vagas, o que eles vão fazer com os que sobrarem?", pergunta ele.
O administrador regional da Sé, João Bento dos Santos Filho, diz que os que ficarem sem vaga terão que procurar outras regionais.
Apreensões
As outras 106 foram retiradas da praça pelos próprios ambulantes, que devem começar, nos próximos dias, a montá-las nas ruas próximas da praça.
Santos Filho, no entanto, adverte que eles estarão sujeitos a ter a mercadoria apreendida.
O presidente da Atesp afirmou ontem que boa parte das barracas removidas para o Brás foram danificadas ou roubadas.
"Se todos os ambulantes tivessem colaborado na mudança, os danos seriam menores", afirmou Santos Filho.
Segundo o administrador, nenhuma barraca foi roubada. "Elas foram para uma área cercada. A GCM e os próprios ambulantes ficaram vigiando", disse.
(RK)

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