São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Seguradora pode não cobrir prejuízos

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A indenização dos donos dos apartamentos do edifício Itália vai depender da apuração das causas do acidente.
Se ficar constatado que a queda do prédio foi provocada por falha de projeto ou de execução, a seguradora não cobrirá o prejuízo, segundo o advogado da administradora do condomínio, Kleber Sellmann Nazareth Duque.
"O seguro cobre apenas danos eventuais. Se for por vento, terremoto, paga. Se for por falhas estruturais, de projeto, de execução, não paga", disse. Também são considerados danos eventuais incêndios ou inundações.
Como somente os laudos vão apontar as causas, as famílias que perderam seus apartamentos com o acidente terão que viver durante certo tempo com a dúvida sobre o pagamento do seguro. Os laudos não saem em menos de um mês, segundo as entidades envolvidas na apuração das causas.
Na hipótese de a responsabilidade recair sobre os projetistas ou construtores da obra, a situação se complica bastante.
A construtora responsável pela execução da obra, a Raga, não existe mais. Ela faliu durante a construção do prédio, anos atrás. Nesse caso, restaria a responsabilidade física dos engenheiros responsáveis pela obra.
O acabamento do condomínio foi feito por uma incorporadora administrada pelos próprios condôminos, que assumiram o trabalho de finalização da obra após a falência da construtora Raga.
Caso se conclua que os problemas que levaram ao desabamento estão ligados à última fase da obra, os próprios proprietários dos apartamentos estariam sujeitos, em tese, a terem de se auto-indenizar, e talvez até a indenizar terceiros -os outros atingidos pelo desabamento do prédio, como casas, o posto de gasolina e os prédios próximos.
O valor do seguro do edifício Itália é de cerca de R$ 4 milhões, segundo o advogado. O prejuízo causado pela queda ultrapassa R$ 10 milhões, incluindo-se no cálculo os outros imóveis atingidos.
O nome da seguradora não foi revelado. O advogado disse que não se lembrava do nome e que não vai para seu escritório desde o acidente.
(EZ)

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