São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Produto para fazer drogas será reprimido
ABNOR GONDIM
Um terceiro acordo está sendo negociado entre os dois países para a transferência de presos. Há no Brasil 43 colombianos condenados, a maioria por envolvimento com o tráfico de cocaína. No próximo dia 7, os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Ernesto Samper (Colômbia) assinam os dois primeiros acordos em Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas. O terceiro acordo, proposto pelo Brasil, deverá ser assinado em 98. A Colômbia propôs os dois primeiros acordos. Um dos motivos foi a descoberta de rótulos de empresas brasileiras em produtos químicos, como éter e acetona, encontrados em laboratórios de refino de cocaína. "Precisamos de armas jurídicas comuns para combater os traficantes", disse o embaixador da Colômbia no Brasil, Mario Cano, que fechou ontem os termos dos acordos com o Ministério da Justiça. Comércio clandestino Segundo a Polícia Federal, a DEA, agência antidrogas dos Estados Unidos, estima que o Brasil é responsável por 5% do comércio clandestino mundial de produtos químicos usados na produção de drogas. Não há estimativa sobre a participação brasileira no refino de cocaína na Colômbia. "O acordo com a Colômbia vai agilizar a troca de informações para identificar no Brasil a empresa responsável pelo produto", disse o delegado da Polícia Federal Edson Nascimento, da Coordenadoria de Controle de Produtos Químicos. A PF controla 18 mil estabelecimentos que produzem ou vendem os produtos químicos. Para fugir do controle, os traficantes compram pequenas quantidades de 50 mililitros ou 400 gramas e fazem o chamado "tráfico formiguinha". Investigação O acordo de cooperação judiciária entre Brasil e Colômbia é semelhante ao que foi assinado nesta semana por FHC e o presidente norte-americano Bill Clinton. Ele prevê inclusive a quebra de sigilo bancário, pedida de um país para o outro, para auxiliar a investigação sobre criminosos. "Os acordos tornam mais eficiente o combate ao crime organizado", disse a secretária de Justiça do Ministério da Justiça, Sandra Valle. Sobre o acordo de transferência de presos, a secretária afirmou que essa medida deverá ser estendida a outros países. Servirá para reduzir as despesas carcerárias do Brasil com 950 condenados estrangeiros. Texto Anterior: Operação tira Fusca 69 da aposentaria às quintas Próximo Texto: Mulher que furtou para filha doente é inocentada Índice |
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