São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Pai de garoto sequestrado acusa policiais e motoboy na Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciante Massataka Ota, pai do estudante Ives Yoshiaki Ota, 8, sequestrado e assassinado em 29 de agosto, prestou depoimento ontem à 17ª Vara Criminal de São Paulo.
Massataka é uma das 17 testemunhas de acusação contra dois policiais militares e um motoboy denunciados por ter cometido o crime no processo presidido pelo juiz José Luiz de Carvalho.
O comerciante confirmou à Justiça que o soldado da PM Paulo de Tarso Dantas fazia segurança havia oito anos em uma das lojas que ele tem, em São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo).
Ele também confirmou que, no dia seguinte ao sequestro, Dantas foi à sua casa prestar solidariedade e oferecer ajuda para procurar os sequestradores de Ives.
Massataka ainda afirmou conhecer o soldado PM Sérgio Eduardo Pereira de Souza e o motoboy Adelino Donizete Esteves, que, eventualmente, trabalhavam como seguranças em suas lojas.
Outras três pessoas prestaram depoimento ontem: Elvira Scanhoela Viana, que trabalha na casa de Massataka, Alekssandra de Cássia Chouzende, mulher de Adelino, e o delegado Marcos Carneiro Lima, da Delegacia Especializada Anti-Sequestro (Deas).
Elvira afirmou que foi rendida pelo motoboy no dia do sequestro e que o reconheceu na delegacia. Alekssandra declarou desconhecer que seu marido tivesse sequestrado o garoto.
Já o delegado Lima detalhou como ocorreram as investigações e a prisão dos acusados.
Após os depoimentos, o juiz Carvalho afirmou que, no máximo em um mês, dará a sentença sobre o caso. Como sequestro é considerado crime contra o patrimônio, os acusados não vão a júri popular.
Na próxima sexta-feira, Carvalho deve interrogar as outras testemunhas de acusação.

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