São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA e Japão tentam acordo naval

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os navios com bandeira japonesa continuaram tendo acesso aos portos dos Estados Unidos ontem, apesar do bloqueio anunciado na última quinta-feira. O Departamento de Transportes confirmou o acesso, mas não desmentiu a ordem que tinha sido emitida pela Comissão Marítima Federal.
Há multas pendentes no valor de US$ 4 milhões, impostas aos japoneses pelas autoridades norte-americanas, que acusam os portos japoneses de discriminação contra navios estrangeiros. Na última quarta-feira os armadores japoneses informaram que não tinham intenção de pagar as multas, mesmo sabendo das possíveis consequências dessa decisão. A dívida resulta da imposição de uma taxa de US$ 100 mil por navio japonês que tenha atracado num porto norte-americano desde o último dia 4 de setembro.
A diplomacia dos dois países retomou as negociações para superar o impasse, com a participação do embaixador japonês, Kunihiko Saito, do vice-secretário de Transportes norte-americano, Mortimer Downey, e do subsecretário do Departamento de Estado, Stuart Eizenstat. O presidente dos EUA, Bill Clinton, em visita à América Latina, poderia suspender a decisão, mas até agora não se pronunciou a respeito. Segundo Eizenstat, o acordo com os japoneses está próximo. Os dois lados pediram à Comissão Marítima que suspenda a proibição, o que é dado como certo. A decisão contra os japoneses parece ter servido principalmente para forçar uma reforma significativa das práticas portuárias japonesas. Afinal, embora a proibição tenha sido anunciada, a Guarda Costeira não chegou a ser notificada formalmente.
Segundo cálculos do setor, o atracamento de um barco estrangeiro num porto do Japão custa entre 24% a 100% a mais que em outros países. Entre as empresas japonesas que seriam mais afetadas pela proibição estão a Mitsui OSK Lines, a Kawasaki Kisen Kaisha e a Nippon Yusen KK.
O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, a representante para o Comércio Internacional, Charlene Barshesfky, e o diretor do Conselho Econômico Nacional, Gene Sperling, estão monitorando diretamente as negociações entre as duas partes. Para dar tempo às negociações, ontem o acesso dos barcos japoneses aos portos dos EUA foi mantido.
O ministro dos Transportes japonês, Takao Fujii, disse que a medida contra os barcos japoneses teria um efeito daninho sobre o conjunto das relações entre os dois países. O Japão acusou ainda os EUA de violarem o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação.

Texto Anterior: MS tem 66 mil na fila de espera
Próximo Texto: Receita deve afastar 20 funcionários
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.