São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Ataque da Gaviões vira caso de polícia LUIZ CESAR PIMENTEL LUIZ CESAR PIMENTEL; JOSÉ ALAN DIAS
A depredação do ônibus corintiano por integrantes da torcida Gaviões da Fiel na madrugada de quarta, na rodovia dos Imigrantes, virou caso de polícia. O delegado do 4º Distrito Policial de Riacho Grande (distrito de São Bernardo do Campo, 18 km a sudeste de São Paulo), Carlos Alberto Chehin, 53, determinou a instauração de inquérito policial para investigar o ataque dos torcedores e apurar responsabilidades. À 1h15 de quarta-feira, o ônibus que transportava jogadores e membros da comissão técnica corintiana de Santos (72 km a sudeste de São Paulo) para a capital paulista foi interceptado no km 45 da Imigrantes, região de competência do 4º Distrito de Riacho Grande. Torcedores atravessaram um ônibus na pista, impedindo a passagem do veículo corintiano e, durante cerca de 10 minutos, investiram contra o ônibus onde estavam os jogadores com paus e pedras. O motorista Alfeu da Silva sofreu corte no supercílio, e o meia Rincón, escoriações na perna. O clube não fez boletim de ocorrência. Mas, a partir do momento em que autoridades policiais tomam conhecimento de algo que caracterize crime, têm obrigação de abrir investigação. "Oficialmente, ninguém tomou conhecimento dessa barbárie. Não foi feito nada em lugar nenhum. Mas, e as vítimas? Não é bem por aí", afirmou Chehin. A investigação começará na segunda-feira. Os primeiros a serem ouvidos serão o motorista, o proprietário do ônibus (da empresa Abratur) e o chefe de segurança do clube, Paulo Roberto Perondi. Além disso, o delegado acionará o Pronto Socorro do Tatuapé, onde o motorista recebeu atendimento, e solicitará a ficha clínica. "A partir desses depoimentos, ouviremos os outros envolvidos que forem citados", disse Chehin. Além disso, os ocupantes do ônibus terão de depor na promotoria pública. A audiência estava marcada para segunda-feira, mas como os jogadores ficarão fora de São Paulo até quinta, o depoimento foi remarcado para este dia. Fernando Capez, promotor da Cidadania, garante, no entanto, que seguranças, o motorista e demais ocupantes do ônibus que não pertençam ao corpo técnico serão ouvidos na segunda. Capez entende que uma investigação auxiliará a outra. "O inquérito policial é um processo de rotina e não tem nada a ver com a nossa inquirição. Nós estamos examinando a presença de elementos de torcida organizada no caso. Mas uma investigação complementa a outra", afirmou. Texto Anterior: Cubano desertor lidera latinos em campo Próximo Texto: Jogadores fazem pacto de reabilitação por Joel Índice |
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