São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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São Paulo é a capital do futebol brasileiro
ALONSO VERA JR; JULIANO BASILE
A Folha pesquisou junto a clubes e aos próprios atletas a origem de cada um deles. Foram ouvidos 697 jogadores (95,8%). O número total corresponde a atletas que entraram em campo pelo menos uma vez até a rodada do fim-de-semana passado. Os profissionais foram inquiridos sobre a cidade e o Estado de nascimento, além do primeiro clube em que atuaram como profissionais. Apesar de ser 21,72% da população do país, com seus 34.120.886 habitantes, São Paulo é 23,65% do contingente de jogadores do nacional. Além de populosa, é a grande capital financeira do Brasil. Tem ainda a maior quantidade de clubes entre os 26 que disputam o Brasileiro: 8 (Bragantino, Corinthians, Guarani, Lusa, Palmeiras, Santos, São Paulo e União São João). O jogador paulista, em sua maioria, não nasceu na capital -somente 57 deles. Os outros 115 são oriundos de 65 cidades diferentes. Boa parte dos paulistas está jogando em outras equipes, espalhadas por todo o país. Somente o Vitória e o Internacional, segundo o levantamento, não têm nenhum atleta de São Paulo. Ser a base da pirâmide não significa garantia de qualidade. Na seleção do Júri Folha, que escolhe os 11 melhores do campeonato, apenas 2 são de São Paulo. O restante advém de seis lugares diferentes. O Rio Grande do Sul (três times) aparece em terceiro lugar na lista, com 85 jogadores. Rondônia é o único Estado entre os citados na pesquisa que forneceu um único representante para o Brasileiro. Mas, ouvindo jogadores, conclui-se que o futebol fora dos grandes centros não está 'morto', mas sim que São Paulo também ajuda a catapultar atletas. Segundo o meia Lúcio, do Flamengo (que é de Tocantins e começou no Goiás), há muitos jogadores bons que nunca serão descobertos no Centro-Oeste brasileiro. O meia Valdomiro (piauiense), do Sport, diz que seu Estado está cheio de talentos, mas eles acabam ocultados, principalmente pela falta de intercâmbio. O retrato do campeonato se confunde com a imagem do próprio Brasil. As regiões Sul, Sudeste e, em menor escala, o Nordeste são as maiores fontes de "operários da bola". O Norte e o Centro-Oeste (menos populosos) juntos têm somente 36 atletas no Brasileiro. Enquanto Paraguai, Uruguai, Polônia, Colômbia, Bósnia-Herzegovínia e Camarões possuem representantes no nacional, Estados brasileiros como Acre, Amazonas, Roraima e Amapá não forneceram nenhum profissional para o campeonato. LEIA neste suplemento a origem dos jogadores, dividida por equipes, Estados e regiões, além de reportagens com Goiás (a "meca" de jogadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e com Atlético-PR (único time que não formou nenhum atleta para o Campeonato) Próximo Texto: O verdadeirto país do futebol Índice |
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