São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Emerson descarta problema mecânico na queda de ultraleve

Tese do piloto contraria as investigações da Aeronáutica

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Contrariando o rumo das investigações da Aeronáutica, o piloto Emerson Fittipaldi, 50, não acredita que uma falha mecânica tenha causado o acidente que sofreu com seu ultraleve, no dia 7 de setembro, no interior de São Paulo.
Para ele, duas fortes correntes de ar foram as responsáveis pela queda da aeronave, que resultou na fratura de sua segunda vértebra.
"Não foi falha mecânica", disse o piloto. "O ultraleve estava em perfeitas condições."
Emerson conta que, quando voava, uma forte corrente de ar descendente teria atingido a asa esquerda de seu avião.
No mesmo instante, uma rajada ascendente teria jogado para cima a outra asa, fazendo com que o avião, de repente, pendesse para o lado esquerdo.
"A guinada foi violenta", afirmou. "Incontrolável."
As declarações do bicampeão da F-1 (72 e 74) e campeão da Indy (89) foram dadas em São Paulo, durante o lançamento de sua marca de charutos, e acrescentam novos dados ao trabalho de perícia que vem sendo realizado por especialistas da Aeronáutica.
Até agora, a hipótese mais aceita era que um problema mecânico ou estrutural havia causado a queda.
Emerson acredita que poderia ter controlado o ultraleve se estivesse voando mais alto.
"Eu teria tempo para endireitá-lo", declarou.
No momento da pane, o ultraleve estava a cem metros do solo, altitude considerada baixa.
Segundo o piloto, um funcionário de sua fazenda em Araraquara (282 km a noroeste de São Paulo) vistoriava o ultraleve com frequência, mantendo-o sempre em condições de vôo.
"Ele até voava antes de mim para certificar se estava tudo OK."
O laudo sobre a causa do acidente deve ser divulgado em 15 dias.
Agora, Emerson diz que colocará o pequeno avião à venda. "Quem quiser, só precisa aparecer na fazenda. O problema é que ele ficou um pouco amassado."

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