São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Concurso Cientista de Amanhã chega ao seu 40º ano

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Encerrou-se com a proclamação dos premiados, na última Reunião Anual da SBPC, o 40º Concurso Cientistas de Amanhã, patrocinado pela seção de São Paulo do Ibecc (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura) da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Merece salientar de início que se trata do 40º concurso, fato verdadeiramente histórico. Para comemorar o feito, o Ibecc planejou várias atividades, entre as quais uma publicação, com os nomes de todos os classificados desde o início, e um vídeo, em que alguns dos que foram cientistas de amanhã darão seu depoimento sobre os reflexos do concurso em suas vidas.
Há pouco mais de quatro décadas, pequeno grupo de idealistas, no laboratório do professor Jaime Cavalcanti, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sonhava com um concurso desse gênero para estimular o gosto e o interesse pela ciência.
O sonho em pouco tempo se materializou e há precisamente 40 anos se tornou possível proclamar os resultados do primeiro concurso, muito modestamente realizado. As tarefas do grupo haviam sido divididas e a maior parte delas recaiu sobre a professora Maria Julieta Sebastiani Ormastroni, alma e coração do próprio Ibecc de São Paulo.
À Maria Julieta coube a promoção e organização do concurso, o que foi feito com bravura, vencendo obstáculos não poucos.
Aperfeiçoado com o tempo e a experiência, o concurso foi tomando corpo e chega aos 40 anos exuberante quanto ao número de escolares e professores orientadores e outros pormenores de organização. Pode-se dizer que é hoje um excelente modelo para iniciativas desse gênero. Chegaram ao Ibecc cerca de 15 trabalhos que foram cuidadosamente revistos e passaram por uma comissão de seleção.
Após vários trabalhos relacionados com a seleção final, foram classificados sete candidatos que se dirigiram a Belo Horizonte, onde se realizou a Reunião Anual da SBPC, e, depois de devidamente preparados e informados, apresentados ao julgamento, realizado por uma comissão de nove especialistas. A sessão de julgamento foi aberta com troca de idéias entre julgadores e candidatos.
Foi uma sessão muito interessante e movimentada, em que os candidatos puderam mostrar o que realmente sabiam sobre aquilo para que haviam contribuído.
Foram premiados três trabalhos, de Fernando Duran Canedo Gomes, Marcelo Venâncio da Silva e Railssa Peluti Alencar, respectivamente das cidades de Campo Mourão, no Paraná, de São Bernardo do Campo, em São Paulo, e de Porto Velho, em Rondônia.
Quatro concorrentes mereceram menção honrosa: Débora dos Santos Venâncio, Luiz Antônio Kegler, Renata Scattolini e Rodrigo Carlos de Oliveira, respectivamente de São Bernardo do Campo (SP), Rio Negro (Paraná), Cambuci (SP) e Guarulhos (SP).
Pelo exposto, se vê que o concurso é de fato nacional, sem regionalismos ou preferências, imperando o mérito como única medida de valor. Não se pode esquecer o papel dos orientadores dos vários trabalhos, infelizmente não citados nominalmente por falta de espaço, assim como foram omitidos os nomes das escolas em que se realizaram os trabalhos.
Menção especial merece a professora Maria Julieta Sebastiani Ormastroni, presente em todas as fases do concurso e cuidando dos escolares como se fossem seus filhos.
Ela tem sido responsável pelos 40 concursos já realizados e que são verdadeiro marco na história da educação brasileira. Muitos professores de hoje foram "cientistas de amanhã", assim como outros profissionais bem-sucedidos. É o prêmio do esforço da professora Maria Julieta.

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