São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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quando o tique infantil é sinal de doença

"Meu filho de sete anos tem um comportamento estranho: há mais de dois anos ele faz movimentos esquisitos com os braços e fala palavrões. Lí na Revista a respeito da Síndrome de La Tourette e gostaria de ter maiores esclarecimentos sobre a doença."
(M.C., dona-de-casa)
Os tiques são movimentos involuntários, rápidos e repetitivos. Podem ser do rosto -como piscar ou fazer caretas- ou do resto do corpo -como repetidamente encostar em algo ou chutar o ar, tudo sem uma razão aparente. Também podem ser vocais, como frases repetidas, gritos, ou, o que é bastante comum, palavrões. Os tiques, em geral, desaparecem quando a pessoa está dormindo e pioram com estresse e ansiedade.
Casos de vários tiques motores e vocais, mesmo que não sejam simultâneos, são sinais de Síndrome de Gilles de La Tourette. Esse mal é um transtorno que, em geral, começa na infância, agrava-se na adolescência e comumente persiste durante a vida adulta, com períodos alternados de melhora e piora.
Os tiques "normais", chamados de transitórios, duram no mínimo quatro semanas e no máximo um ano. Já os tiques característicos da síndrome duram mais de um ano, sem fases livres de sintomas maiores de três meses.
Ainda não se sabe a origem do distúrbio, mas acredita-se que vários fatores influem: genética, problemas neurológicos, tipo de personalidade e ansiedade dos pais.
O tratamento consiste em remédios antidepressivos que agem no sistema nervoso, aliviando os sintomas, terapias comportamentais e de redução de ansiedade e um trabalho com a família, para que todos compreendam e minimizem o problema.
A Síndrome de La Tourette não tem cura: os pacientes apresentam melhora quando sob tratamento, apresentando uma redução na intensidade dos tiques e até períodos sem sintomas, mas nunca uma recuperação completa.

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