São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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"procurei até espíritas" "Minha filha tinha cerca de cinco anos quando começou a agir de forma estranha. Ela corria pelo corredor e pulava para passar a mão na parede. Depois, começou a gritar muito e não dormia bem. Ninguém sabia o que era. Fui para todos os médicos possíveis e me mandaram ir procurar a umbanda, dizendo que devia ser um encosto. Não acreditávamos nisso, mas estávamos tão desesperados que fomos fazer um trabalho e até procuramos um centro espírita. Com o tempo, foi piorando, ela começou a falar palavrão, um pior que o outro, e rangia os dentes. Saíamos na rua e ela pulava, beijava o chão, abraçava o poste. Até que, há quatro anos, saiu no jornal que isso era uma doença e havia tratamento no Hospital das Clínicas. Não tinha lugar, mas de tanto ela ir lá, acabaram arrumando uma vaga. Desde então, melhorou muito: ela agora passa três meses bem, daí piora um pouco. Ela continua gritando e falando palavrão, especialmente quando está nervosa. Também bate tudo: cinzeiro na mesa, prato, cadeira. Ela estudou até o primeiro colegial, depois não conseguiu mais, porque esquecia as coisas. Mas é uma pessoa normal: passeia, se veste bem, tem amigas e namorados de vez em quando, e todos a querem muito bem" (Clarice de Oliveira, mãe de Marta Célia, 26) Texto Anterior: seu filho não tem culpa Próximo Texto: bichos estranhos, gente esquisita Índice |
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