São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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Estratégia errada cria "ponto micado"
SIMONE CAVALCANTI
Ou a rua tem pouco movimento, ou o local fica escondido, ou não há procura pelo produto na região. As causas podem ser várias. Mas, muitas vezes, é o salão que leva a fama de azedar todo negócio que abriga. Isso se deve, em boa parte, pela rotatividade constante de empresas no local. Há casos de pontos comerciais em que o negócio foi trocado quatro vezes em apenas seis meses (leia texto abaixo). Por isso muitos acreditam que não há estratégia de marketing e de atuação que faça o negócio deslanchar quando o ponto não ajuda. O dono de lotérica Mário Nieviadonski, 57, é um exemplo. Ele alugou há oito meses um salão em uma galeria no bairro da Casa Verde (zona norte de São Paulo). O local tem lá suas virtudes: fica em frente a uma praça e perto do ponto final de uma linha de ônibus, que registra grande movimento de pessoas. O problema é que os últimos três negócios não duraram mais de um ano ali. "É meio 'micado'. O número de clientes é pequeno", afirma. Segundo ele, apesar de a galeria oferecer mais segurança, o faturamento caiu em relação ao local anterior em que havia atuado. "Não consigo tirar nem a metade dos R$ 2.500 que faturava antes." O dono da galeria, Victor Galloro, 55, rejeita o rótulo de "ponto micado". Segundo ele, existem lojas no local funcionando há mais de nove anos. "O problema é saber administrar o negócio." A maioria dos consultores têm a mesma opinião. "Não existe ponto 'micado'. O sucesso depende muito mais da combinação do produto certo com o local certo", diz Antonio Carlos de Matos, 44. Segundo ele, não basta abrir a loja em locais movimentados. "Muitas pessoas têm a idéia fixa de abrir certo negócio e o encaixam em qualquer local", afirma Jurandir Monteiro de Toledo, 35, dono de imobiliária. Mas a sintonia entre o ponto e o produto é só o primeiro passo. Boa administração é essencial para que o comerciante faça o negócio emplacar (confira outras dicas no quadro abaixo). "Isso inclui preço competitivo, bom atendimento e até mesmo uma dose de intuição", afirma Mattos. Próximo Texto: "Vamos 'desmicar' o imóvel" Índice |
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