São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Importação de laticínios poderá sofrer restrições

ISABEL VERSIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro deverá adotar medidas para proteger a produção nacional de leite e derivados. A Câmara de Comércio Exterior está estudando um aumento da alíquota de importação desses produtos de 16% para 20%.
Como o leite está na lista da TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul, o governo terá que consultar os demais parceiros do bloco para poder alterar a tarifa.
Os sócios não devem se opor à medida porque eles são exportadores de leite. Um aumento da TEC, portanto, beneficiaria a venda de seus produtos para o Brasil, onde entram com alíquota zero.
O aumento da alíquota foi reivindicado oficialmente ao governo pelos produtores nacionais há cerca de um mês.
O setor reclama que o excesso de oferta do produto está provocando uma queda dos preços no mercado interno.
Segundo dados da Associação Leite Brasil, que representa mais de 150 mil produtores, de julho deste ano até agora o preço do litro de leite pago ao produtor caiu de R$ 0,26 para R$ 0,22.
No governo e no setor, entretanto, afirma-se que os consumidores finais não estão sendo beneficiados com essa queda. A indústria não estaria repassando essa redução aos preços finais. Mas não há a expectativa de que haja um acréscimo nos preços em decorrência do aumento da alíquota.
Especulação
Os produtores de leite alegam que muitas das importações de leite e laticínios têm sido feitas não para atender a uma demanda interna, mas para obter lucros com a diferença das taxas de juros cobradas no mercado externo e no Brasil.

Texto Anterior: Blecaute à vista?
Próximo Texto: Produto pode ter fiscalização
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.