São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Lançada nova 'Enciclopédia de Televisão'

ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM CHICAGO

O Museu de Comunicações de Chicago acaba de produzir a mais nova "Enciclopédia de Televisão". A diferença entre a nova publicação e as duas anteriormente existentes no mercado americano, é de tamanho, escopo e pretensão.
A nova enciclopédia foi editada pelo professor Horace Newcomb, da Universidade do Texas, com o objetivo de, segundo o editor, "sintetizar a informação básica fornecida por guias do tipo 'Who is Who' com enfoques analíticos bastante heterogêneos, a depender do autor de cada verbete".
Com três volumes e 1948 páginas, o trabalho é resultado de dois anos de pesquisas e reúne cerca de mil verbetes preparados por 300 especialistas. A TV brasileira está presente, mas o forte da enciclopédia são os seriados americanos como "I Love Lucy", "Batman" etc.
Os verbetes abordam os principais programas produzidos nos principais países de língua inglesa -Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido-, personalidades e gêneros de programação, selecionados pelo editor, com o auxílio de um conselho editorial.
Ensaios especiais versam sobre a política da representação e incluem textos como o sobre raça e etnia na TV americana, de John Downwey. Cada entrada traz uma lista de sugestões bibliográficas para quem quiser se aprofundar no tema, além de ilustrações.
A enciclopédia aborda a produção de países tão diversos como Brasil, África do Sul, Alemanha, China e México. A tentativa é a de superar o etnocentrismo de língua inglesa e dar conta da diversidade que a globalização revelou.
O artigo sobre o Brasil é assinado por Joseph Strahaubaar, autor de uma tese sobre a influência norte-americana na TV brasileira. O brasilianista afirma que o país tem "um dos maiores e mais produtivos sistemas de TV do mundo".
O Brasil comparece também em um verbete sobre telenovelas latino-americanas, de autoria de Antonio LaPastina, doutorando em comunicações na Universidade do Texas.
No difícil limite entre a fofoca e o hermetismo acadêmico, a consulta à enciclopédia é capaz de sugerir respostas a perguntas que as coberturas diárias não satisfazem. Cruzando as informações biográficas sobre o recém falecido Brandon Tartikov, produtor aclamado como responsável pelo sucesso da NBA nos anos 80, com as informações contidas no verbete sobre raça e etnia, é possível perceber que sua intuição pioneira foi a de quebrar o tabu racial. Tartikov investiu em Bill Cosby, cujo seriado atual estréia agora no Brasil no canal Sony.

E-mail: ehamb@uol.com.br

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