São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Brasileiro enche mala e barriga na cidade

CHICO SANTOS
DO ENVIADO ESPECIAL AOS EUA

Quem acha o calor do verão carioca um problema não deve ir a Miami na mesma estação.
Na capital das compras dos brasileiros no exterior, o calor é potencializado pela umidade e se torna insuportável sob o sol. Felizmente, há praia, hotéis com boas piscinas e ar-condicionado em todos os carros.
Apesar do azul do mar e dos muitos e belos canais, Miami não pode ser considerada uma cidade bonita. A praia, ao menos a de Miami Beach, é muito arrumadinha e falta um movimento mais vigoroso das ondas para tirar do mar um certo ar de lagoa. Mas o banho é agradável.
As ruas são limpas, bem cuidadas, e a arquitetura geral não chega a atrair a atenção do visitante. Sair do carro é como entrar em uma estufa, mesmo à noite.
À beira-mar
Mas, sem a inclemência do sol, é possível e obrigatório passear pela Ocean Drive, a avenida Atlântica (Copacabana, zona sul do Rio) de Miami. São dezenas de bares e casas noturnas povoadas por uma juventude alegre e bem nutrida.
Em frente à casa onde morou o estilista Gianni Versace, um enxame de turistas disputa os melhores ângulos para uma foto, nem que seja com os seguranças da mansão.
Consumismo
Durante o dia, é impossível resistir às compras, seja no calor do centro da cidade (Downtown) ou nos enormes shopping centers espalhados por vários pontos.
Há produtos e lojas para todos os gostos. É possível encontrar a mais complexa parafernália eletrônica, enormes lojas de bugigangas, grandes perfumarias e até butiques sofisticadas dentro dos salutarmente refrigerados shoppings.
Os tênis, das melhores marcas, têm ótimos preços e exercem atração especial sobre os brasileiros.
Cuidado, o limite de entrada de mercadorias estrangeiras no Brasil, sem pagamento de imposto, é de US$ 500 por pessoa.
Antes de sair a passeio ou para as compras, é preciso estar bem informado. As distâncias em Miami são enormes, e as corridas de táxi, embora não sejam caras, acabam sendo um item importante na contabilidade da viagem.
Há muitos táxis velhos, mas os motoristas são honestos e o ar-condicionado sempre funciona, até para a sobrevivência do próprio motorista no calor do sul da Flórida.
Comer bem
A boa comida também é um artigo farto em Miami, com destaque para especialidades latinas.
O bom gosto, que às vezes pode faltar nas decorações dos ambientes, sobra nas cozinhas dos bons restaurantes, começando pelo indispensável China Grill, na Washington Avenue (South Beach).
A comida é copiosa e marcadamente oriental, embora uma das suas características seja combinar ingredientes de várias partes do mundo. Não é barato. As saladas vão de US$ 8,50 a US$ 14,75. Um prato à base de carneiro grelhado custa US$ 29. Os acompanhamentos ficam na faixa de US$ 26.
Fartura mesmo, com sabor brasileiro, é na churrascaria Porcão, em South Bayshore Drive, no centro. A picanha de novilho texano é fantástica. O rodízio fica na faixa dos US$ 26.

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