São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Melhora bebê de parto interrompido

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

A dona-de-casa Líbia Gomes dos Santos, 31, fez ontem um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal do Rio.
No dia 2 de outubro, ela foi retirada da sala de cirurgia do hospital Metropolitano (no Engenho de Dentro, zona norte do Rio) sob a alegação de que faltavam dois meses para o fim do prazo de carência de seu plano de saúde.
O exame será anexado ao inquérito aberto pelo Ministério Público para apurar as responsabilidades do caso. Líbia foi retirada da sala de cirurgia do hospital quando já estava anestesiada para o nascimento de seu filho, Jaime.
Ontem o estado de saúde do bebê, de 18 dias, apresentou uma pequena melhora. Jaime conseguiu respirar sem aparelhos, depois de ter passado três dias utilizando um respirador.
A infecção que o atingiu depois do nascimento, no entanto, continua grave. Por causa da demora no parto, Jaime sofreu ruptura no intestino. Com poucas horas de vida, foi operado.
Ontem uma comissão da Secretaria Municipal de Saúde esteve na maternidade para fazer um levantamento dos custos da internação de Jaime. A estimativa é que os custos estejam em torno dos R$ 100 mil até agora.
Foram analisados os prontuários de atendimento de Líbia e do bebê, os custos com transporte de ambulância, com medicamentos e com a ida diária, à maternidade, de uma equipe de cirurgiões pediátricos do hospital Souza Aguiar para o acompanhamento do pós-operatório do bebê.
"Um caso com o de Jaime não é rotina em nosso hospital. Alguns medicamentos nós temos, outros estamos comprando. Como não costumamos fazer este tipo de atendimento, não temos uma equipe de cirurgiões pediátricos", explicou Tannure.
Por isso, o diretor da maternidade disse não ter uma estimativa de quanto deve estar sendo gasto com o tratamento do bebê. Mas, segundo Tannure, a diária em uma UTI neonatal de clínicas particulares para um tratamento semelhante ao que Jaime está sendo submetido custa entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

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