São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Pentágono testa laser contra satélite

DA "REUTERS"

O Pentágono (Departamento de Defesa dos EUA) anunciou ontem que testou com sucesso um dispositivo de raio laser apontado contra um satélite.
Os dois disparos de laser não destruíram o satélite, que está fora de operação e pertence à Força Aérea dos EUA. O primeiro disparo durou pouco menos de um segundo e o segundo teve cerca de dez segundos de duração.
O laser foi disparado de um dispositivo baseado no Laboratório de White Sands, no Novo México (oeste dos EUA). O teste foi realizado na última sexta-feira, segundo o coronel Richard Bridges, porta-voz do Pentágono.
Foi o primeiro teste espacial do Miracl ("Mid-Infra-Red Advanced Chemical Laser", que em inglês significa laser químico avançado no infravermelho médio). "Miracle" em inglês significa milagre.
O teste com o Miracl vinha sendo constantemente adiado por causa da presença de nuvens nos céus de White Sands, segundo Bridges. O objetivo da experiência foi apenas o de verificar a vulnerabilidade do satélite, segundo o porta-voz do Pentágono.
Em entrevista à imprensa, Bridges persistentemente chamou os disparos de "iluminações". Segundo ele, o teste não acarretou violação de nenhum tratado internacional e também não se destina a construir um dispositivo destruidor de satélites.
Apesar de serem informados que o teste não violaria quaisquer tratados, funcionários do Departamento de Estado dos EUA alertaram o governo do país de que poderiam haver repercussões negativas na Rússia, cujos membros do Parlamento ratificaram o tratado Start-2 de redução de armas nucleares.
O Exército dos EUA já realizou testes de laser com estruturas de mísseis e outros objetos em vôo. Fontes militares reafirmam que o objetivo do teste com satélite foi somente o de aperfeiçoar os sistemas de proteção dos satélites norte-americanos.
Mas especialistas em assuntos de defesa dizem que os dados obtidos com as experiências feitas com o Miracl poderão servir para o desenvolvimento de lasers destinados a destruir satélites. Desse modo, o Miracl poderia dar continuidade ao programa "Guerra nas Estrelas", proposto nos anos 80 pelo presidente Ronald Reagan.

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