São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Choque entre ônibus e trem mata 2 crianças
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
O ônibus, da Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora, transportava 29 alunos da terceira série do primeiro grau da Escola Municipal Vereador Marcos Frez, de um bairro operário da cidade. Segundo a PM, o motorista Dezenir Geraldo da Silva, 40, aguardava uma oportunidade para entrar na avenida Juscelino Kubitschek, mas deixou a parte de trás do ônibus sobre a ferrovia. Uma locomotiva, que levava 33 vagões vazios de Volta Redonda (RJ) a Belo Horizonte, bateu na traseira do ônibus. Segundo a PM, o motorista entrou em estado de choque após o acidente e foi liberado para prestar depoimento posteriormente na Delegacia de Crimes contra a Vida. Na empresa em que trabalha, a Viação Santa Luzia, ninguém foi encontrado para falar sobre o motorista. Paulo Henrique de Souza Rosa, 8, que estava na parte traseira do ônibus, morreu imediatamente. Juliana Beatriz Gonçalves, 11, morreu após ser arremessada para fora do ônibus e bater com a cabeça no chão. Duas crianças sofreram cirurgias e foram internadas no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) da Santa Casa, em estado grave. Mais cinco crianças continuavam internadas ontem na Santa Casa e em outros hospitais de Juiz de Fora. As crianças estavam acompanhadas por quatro adultos, entre eles a vice-diretora da escola, Nancir Ferreira, 44, que foi socorrida com uma fratura e escoriações. No final da tarde, ela foi liberada. Segundo a PM, o local do acidente permite boa visibilidade para os motoristas verem com antecipação a proximidade de um trem. O cruzamento não tem cancela nem sinal luminoso, contando apenas com uma cruz de Santo André, que informa a existência de uma via férrea perpendicular. O trecho da ferrovia, que pertence à Rede Ferroviária Federal, foi arrendado para a MRS Logística, responsável pela manutenção dos sinais. Os maquinistas da locomotiva disseram ontem, em sindicância interna da MRS Logística S/A, que eles viram com antecedência o ônibus iniciando a travessia da passagem de nível. Ele acionaram o apito e o freio de emergência, mas não foi possível evitar a batida, porque o motorista teria parado sobre o cruzamento. A informação foi dada ontem pela assessoria da empresa. Segundo a assessoria, a distância entre a linha férrea e a avenida Juscelino Kubitschek não é suficiente para caber um ônibus. Texto Anterior: Associada não concorda com reajuste Próximo Texto: Imigrantes deve ficar bloqueada até sexta Índice |
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