São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Desinformação marca espera de perueiros

RV
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia de ontem em frente à Câmara foi marcado por um clima de ansiedade e por informações desencontradas em relação ao projeto do vereador Natalício Bezerra (PPB), que extingue as lotações.
Às 19h, o carro de som levado à frente da Câmara por uma associação de perueiros já havia anunciado três vezes o início da votação.
"Atenção, pessoa: neste exato momento, vai começar a votação", disse um manifestante ao microfone, às 17h10.
"Já começaram a votar contra nós", foi a informação às 17h15. Cinco minutos depois, os alto-falantes retransmitiam uma emissora de rádio informando que a votação nem sequer estava perto de começar.
Até as 19h15, a votação ainda não havia iniciado.
A desinformação era tanta que, até as 19h10, os perueiros que ainda estavam em frente ao prédio do Legislativo não sabiam qual o projeto que seria apreciado pelos vereadores.
Às 18h05, o carro de som havia anunciado que o projeto do vereador Salim Curiati, defendido pela categoria, seria votado antes do texto de Natalício Bezerra. Quarenta e cinco minutos depois, o locutor do carro de som anunciava que os vereadores estavam prestes a começar a votação sobre o projeto de Natalício, sem fazer menção ao texto de Curiati.
Apesar da expectativa, o dia e o início da noite de ontem transcorreram sem incidentes mais graves. As poucas provocações feitas à Polícia Militar foram criticadas pelos líderes que falavam ao microfone.
"Os policiais são nossos amigos. Fiquem de olho, porque tem gente infiltrada no meio de nossa categoria. Quem vir alguma coisa traga o baderneiro aqui para a gente."
Chuva
O número de manifestantes cresceu ao longo do dia, principalmente após as 15h30, quando parou de chover. O fim da chuva coincidiu com o horário marcado para o início da sessão e vários manifestantes deixaram os bares e outros lugares cobertos das redondezas para engrossar as multidões junto ao cordão de isolamento.
"Perueiro, unido, jamais será vencido" e "Fora Natalício" eram os gritos de guerra preferidos pelos manifestantes.

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