São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Camelôs protestam e lojas fecham no centro

DA FT

Cerca de 80 camelôs fizeram uma manifestação com apitos ontem, por volta das 16h. Eles partiram da esquina da rua 15 de Novembro com a praça da Sé, na região central de São Paulo.
Os camelôs queriam, a princípio, que os demais ambulantes das ruas fechassem as suas barracas e aderissem à passeata. Gritavam que o prefeito Celso Pitta tiraria todos da região em 24 horas.
"Veio uma informação que teremos que sair daqui", disse José Antônio Fernandes, o "Alemão da Sé". O objetivo era que os demais ambulantes aderissem à manifestação. Não adiantou: os ambulantes continuaram trabalhando.
Os manifestantes passaram pela rua do Tesouro e seguiram pela rua Direita. Às 16h15, estavam na Quintino Bocaiúva e depois foram para a José Bonifácio.
As lojas por onde passavam tinham suas portas fechadas. Durante o ato, algumas lojas permaneceram fechadas, como as Americanas, Zogbi, Pontal, Lojas Brasileiras, Babuch e Clovis.
Quando chegaram à rua São Bento, os manifestantes encontraram as lojas fechadas. Dois carros de polícia acompanharam o protesto.
Como na sexta-feira, na frente das lojas que ainda estavam abertas eles gritavam: "Fecha, fecha ". Uma das poucas que não fecharam foi a JaKi Moda, na rua Direita.
O protesto durou cerca de 35 minutos. Às 16h35, eles retornaram ao ponto inicial.
"Se ficar aberto, eles quebram tudo e pegam a mercadoria", disse Lucineide Barros, gerente da loja Nelson Bolsas.
A manifestação começou porque a Guarda Civil Metropolitana teria impedido os camelôs de montar suas barracas na praça da Sé.
Fax
Por volta das 14h, o presidente da Atasp (Associação dos Trabalhadores Ambulantes de São Paulo), Néo Marques, chegou com um fax da Secretaria das Administrações Regionais que dizia que, a partir de hoje, 1.500 camelôs seriam chamados diariamente para um exame médico e uma entrevista com assistente social.
Todos acharam que seriam retirados a partir de ontem. Às 15h25, o Comandante Operacional da Guarda Civil Metropolitana da Sé, José Reinaldo Brígido, explicou que o fax era apenas uma convocação e que eles só seriam retirados depois do dia 4 de janeiro.
"A informação que eu tenho é que ninguém mais vai ser retirado", disse Brígido.
Os camelôs se reuniram novamente e o presidente da Atasp, Néo Marques, e o "Alemão da Sé" conduziram a manifestação.
"Não podemos mais acreditar na prefeitura", disse Marques, que não acompanhou a manifestação até o final.

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