São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Ex-secretário diz estranhar portaria

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário nacional da Vigilância Sanitária, Elisaldo Carlini, disse estranhar uma portaria determinando que a própria vigilância coordene as ações de controle da qualidade do sangue. "Fiscalizar o sangue é responsabilidade da Vigilância Sanitária prevista em lei", diz. "Editar uma portaria oficializando essa função é como anunciar a descoberta da roda."
Segundo Carlini, que deixou a secretaria da vigilância em março, as ações de inspeção eram realizadas pelos Estados sob coordenação de Brasília e por meio de técnicos treinados pelo Ministério da Saúde. "Nós já tínhamos implantado um excelente programa de controle de qualidade", disse.
Carlini diz também que há um equívoco quando a nova secretária da Vigilância Sanitária diz que retirou da Fundação Pró-Sangue sua função fiscalizadora. "A fundação tinha sido nomeada como órgão técnico, por sua reconhecida competência", disse. "A fiscalização sempre coube a nós."
Segundo a Vigilância Sanitária, a Fundação Pró-Sangue também não terá mais "o monopólio da fabricação de painéis do controle de qualidade do sangue".
Dalton Chamone, presidente da Fundação Pró-Sangue e ex-coordenador do Cosah (Coordenadoria de Sangue e Hemoderivados), diz que a fundação produzia "painéis educativos" para hemocentros públicos desde 1993. "Uma portaria do ministério, do ano passado, nomeou a fundação para produzir painéis que seriam aplicados pela Vigilância Sanitária, não por nós."
Segundo Chamone, a Fundação Pró-Sangue continua produzindo painéis para toda a América Latina, a pedido da Organização Pan-Americana da Saúde e aplicados por ela. "A Vigilância Sanitária finalmente está reconhecendo a importância dos painéis", diz Chamone. "Seria interessante que a atual secretária conversasse com o antigo secretário para saber o que já vinha sendo feito."

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