São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Falta de constância do time aflige Joel

LUIZ CESAR PIMENTEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da ameaça do rebaixamento, o corintiano Joel Santana mantém-se sereno.
Em entrevista por telefone à Folha, ele afirma que encara a situação como reagiria caso o time estivesse disputando o título.

*
Folha - Qual o balanço que você faz da atual situação?
Joel - A equipe está flutuando. O Corinthians tem um grupo, mas não um time.
Você não consegue manter uma estrutura principal.
Folha - Mas o meio e o ataque têm se mantido. Mesmo assim, não marca gol há três jogos.
Joel - Nós recebemos o Rincón no decorrer da competição, e o Edílson chegou faz um mês.
No futebol você não consegue chegar lá apenas com bons jogadores, você consegue com sincronismo de setores.
Folha - O que mudou no seu planejamento para o time?
Joel -Antigamente eu traçava planos para a equipe ser campeã. Hoje eu traço planos para evitar o rebaixamento.
É a primeira vez que enfrento isso. Mas na vida a gente tem que provar de tudo. Eu estou provando o lado amargo.
Às vezes, um momento de derrota te ensina muito mais que um momento de vitória, pois este pode encobrir defeitos.
Folha - A psicóloga, assim, chegou em boa hora?
Joel - Hoje um psicólogo já faz parte da vida. Nós queremos trazer para o Corinthians o que há de mais moderno.
Uma pessoa para ajudar os jogadores, pois o que estamos detectando é que em momentos do jogo está faltando segurança.
Folha - É só para atletas ou para a comissão técnica também?
Joel - Só atletas estão participando. Mas esse seria processo um para começo de temporada.
Agora estamos atacando em cima do problema.
Antes, nós íamos trabalhar os dois lados, o da vitória e o da derrota. Hoje, atacamos diretamente uma situação.

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