São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Pequim suspende programa nuclear com Irã

DE WASHINGTON

Em ostensivo esforço para aumentar as chances de êxito da missão do presidente Jiang Zemin nos EUA, o governo da China anunciou ontem que está suspendendo seu programa nuclear com o Irã.
Os EUA têm objetado a esse programa por considerarem o Irã um "Estado terrorista". China e Irã afirmam que sua cooperação na área nuclear tem fins pacíficos.
Com a decisão, ressurgem as possibilidades de se implementar acordo assinado em 1985 que possibilitava a exportação de tecnologia nuclear dos EUA para a China.
Sinais de boa vontade em relação à visita de Jiang também foram dados da parte dos EUA. A oposição se comprometeu a não levantar durante sua estadia as acusações de que o governo chinês tentou interferir nas eleições norte-americanas de 1996 com doações.
Mas a divulgação ontem dos números da balança comercial dos EUA vai ajudar a fazer das questões comerciais o principal foco das conversas entre Clinton e Jiang. Em agosto, o déficit dos EUA em relação à China foi 9,6% maior que julho; chegou a US$ 5,2 bilhões.
Estima-se que este ano o déficit total dos EUA com a China vai se aproximar dos US$ 50 bilhões.
O secretário do Comércio dos EUA, William Daley, disse que o governo está "preocupado" com essa tendência. Ele esteve na China este mês e ontem ameaçou: "Nós deveríamos estar indo melhor. Isso não vai continuar assim sem que haja uma reação política. Nossas exportações têm de crescer".
A China é atualmente o país com o segundo maior superávit em comércio com os EUA. Em primeiro lugar está o Japão. Os EUA se queixam de barreiras comerciais a seus produtos no mercado chinês.
Uma missão chinesa está nos EUA em busca de oportunidades de importação, e Daley classificou esse projeto como "positivo".
O Congresso, sob controle da oposição, tem exigido resultados mais concretos do governo.

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