São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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Rio leva combate a drogas às salas de aula
SERGIO TORRES
A partir de 98, toda escola pública no Rio terá que orientar os estudantes sobre o que são as drogas, seus efeitos e perigos, conforme decreto do governador Marcello Alencar (PSDB). A pesquisa revela que cerca de 80% dos alunos de escolas da rede oficial, de 11 a 18 anos de idade, já consumiram álcool. O estudo foi feito pelo Nepad (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas) da Uerj. O que mais chamou atenção dos pesquisadores foi a precocidade do consumo de drogas lícitas (álcool e tabaco) e ilícitas (maconha, cocaína, solventes e tranquilizantes). Os pesquisadores chegaram a encontrar alunos cujo primeiro contato com os entorpecentes ocorreu aos 3 anos de idade. Segundo a pesquisa, a idade média de início do uso de solventes (cola de sapateiro, principalmente) é de 12 anos e 1 mês. De álcool, 12 anos e 2 meses. De maconha, 13 anos e 9 meses. De tabaco, 12 anos e 8 meses. A pesquisa foi feita em 33 escolas municipais e estaduais de toda a cidade do Rio. Em colégios no complexo de favelas da Maré, no morro do Dendê e em parte da Ilha do Governador (zona norte), os tranquilizantes são a terceira droga mais consumida pelos estudantes, abaixo do álcool e do fumo. "Na região, 12% das crianças usam tranquilizantes, possivelmente como defesa contra a violência", disse Maria Thereza de Aquino, professora de psiquiatria da Uerj e diretora do Nepad. Nos bairros da zona sul, a terceira droga preferida pelos alunos é a maconha. Na região da Tijuca e bairros vizinhos (zona norte), os solventes -com predominância da cola de sapateiro- aparecem em terceiro lugar. O decreto determina à Secretaria da Educação do Estado e ao Conselho Estadual de Educação o prazo de 90 dias para a regulamentação da lei. Os ensinamentos sobre uso de drogas e dependência química serão prestados aos estudantes no decorrer das aulas de biologia, química e ciências. "Por falta de informação, o uso de drogas é cada vez mais precoce. Os pais trabalham fora. A escola passa a ser a segunda casa da criança", disse a deputada. Texto Anterior: Trecho da rodovia dos Imigrantes é liberado Próximo Texto: Veja a pesquisa no Rio Índice |
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