São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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Um clubber em versão FM
ERIKA PALOMINO
Ah, então o Lulu Santos está fazendo tecno?, podem perguntar os mais apressados. Mais ou menos. Em algumas (quatro) faixas ele força um pouco a mão e torna mais íntimas as relações com gêneros como drum & bass, trip hop e, sim, o tecno da moda. Menos oportunismo e mais disposição e simpatia pela causa são as impressões finais deixadas pela audição do CD. Até porque a parte gráfica de "Liga Lá" não quer deixar dúvidas. Com coordenação de Gringo Cardia, o talentoso designer Muti Randolph põe seus coloridos fundos vanguardistas para funcionar a serviço da contemporaneidade de Lulu Santos, numa linguagem que lembra a dos "flyers" (convites) dos clubes noturnos. O melhor momento do disco, dentro desse segmento em questão, é a original "La Danza del Tezcatlipoca Rojo", exótico nome para um "big beats" lascado, ao vivo, junto a um impressionante berimbau. A faixa ainda leva, de quebra, a gritaria do público a cada virada -êxtase e utopia para qualquer DJ. Corajoso, Lulu Santos evoca a coqueluche drum'n'bass no atmosférico cover de "Ando Meio Desligado", dos Mutantes. Adultera a voz em "Fé Cega, Faca Amolada", de Milton Nascimento/Fernando Brant, que ganha impensável versão trance. FM na certa ou seu dinheiro de volta. Agora é só colocar na mão dos produtores e fazer a engrenagem funcionar. Texto Anterior: Lulu Santos diz que é tecno há 5 anos Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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