São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Aluguel pode subir até 6,9% neste mês

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Contratos de aluguel residencial com reajuste anual previsto para outubro -pagamento no final do mês ou no início de novembro- poderão subir entre 4,38% e 6,97%, dependendo do indexador adotado no contrato de locação.
O maior reajuste, obtido entre seis dos principais índices de preços do país, é o do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, com 6,97% acumulados nos últimos 12 meses até setembro (inclusive).
O IGP-DI, que tem a mesma metodologia e abrangência do IGP-M, mas com a coleta de preços abrangendo o mês fechado, deu quase a mesma taxa em 12 meses: 6,96%.
O menor reajuste, de 4,38%, é baseado no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, pesquisado em 11 regiões metropolitanas do país.
O INPC tem a mesma estrutura do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumulou um pouco mais no período, 5,50%, mas reflete o custo de vida para famílias que ganham até oito salários mínimos. O IPCA refere-se a rendimentos até 40 mínimos.
Barganha
Apesar de os indexadores estarem com variação anual relativamente baixa, pelo menos para os antigos padrões brasileiros, os inquilinos podem conseguir, na hora do reajuste ou da renovação do contrato, índice menor ou até mesmo desconto.
O motivo é a grande oferta de imóveis e o aperto financeiro das famílias que não têm casa própria. Com isso, diminui ou permanece estável o preço do aluguel, o que acaba dando maior poder de barganha aos inquilinos.
Pesquisa do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) mostra redução de até 38,86% nos aluguéis em São Paulo, de janeiro a setembro. Essa redução ocorreu em casa de um dormitório na região mais cara da cidade, que abrange bairros como Itaim e Perdizes.
O balanço de nove meses de 97 indica apenas dois casos de aumento de preço do aluguel de casa, segundo o Creci-SP: 1,52% em casa de dois dormitórios em Parelheiros e Taboão, na periferia, e de 20% em casa de um dormitório no Brooklin e Aclimação, bairros de classe média.
Nos apartamentos foram registrados mais casos de aumento de preços de aluguel.
Para Roberto Capuano, presidente do Creci-SP, "fará melhor negócio o candidato a inquilino que optar por casa em vez de apartamento, porque, além de preços compatíveis com os dos apartamentos, encontrará proprietários mais maleáveis e economizará o valor do condomínio".
José Roberto Graiche, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), prevê continuidade na tendência de estabilidade de preços dos aluguéis. A oferta, segundo ele, supera a demanda por locação.
Casas e apartamentos colocados no mercado estão demorando até 90 dias para ser alugados, afirma Graiche, cuja entidade lançou há poucos dias uma campanha de redução dos aluguéis.
Para o presidente da Aabic, proprietário que não baixar o valor do aluguel não conseguirá alugar seu imóvel. Vale mais renegociar o valor do aluguel do que ficar com o casa ou apartamento fechados, diz Graiche.
(GJC)

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