São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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AS COLEGAS DE TRABALHO

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hebe Camargo, Márcia Golschmidt e Christina Rocha são as novas mulheres de Silvio Santos.
Após três meses da estréia da nova linha de shows do SBT, elas elevaram a audiência de um horário que raramente alcançava médias acima dos dez pontos.
Cada ponto de audiência corresponde a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo.
Segundo pesquisas da própria emissora, comparando as médias de audiência de julho e setembro, a faixa das 21h40 cresceu. "Hebe" teve um aumento de 50% no Ibope, "Márcia", de 67% e "Alô, Crystynah", de 18%.
Hebe já está há 11 anos no SBT, Christina estreou seu programa no dia 30 de abril e Márcia entrou no ar no dia 29 de julho -junto com a nova programação da emissora, que fortaleceu faixas de horários, como a linha de shows.
Muitas vezes taxadas de mal-informadas, bregas e pouco inovadoras, essas três mulheres apostaram na fórmula já consagrada do programa de auditório e, apesar de todas as críticas, vêm desenvolvendo bons resultados junto ao público, cada uma na sua linha.
Hebe, veterana da televisão com 47 anos de história, não sabe precisar o porquê do sucesso.
"Acho que essa proliferação de programas de auditório tem a ver com o momento econômico. As pessoas estão sem dinheiro, não podem ir a um teatro ou a um show. A maioria dos programas dá condução. O público vai lá, vê os artistas, se diverte e é tudo de graça. Veja como os shows promovidos nos parques lotam. É isso, dinheiro curto e diversão gratuita", opina Hebe.
Apesar de serem caracterizadas como as mulheres de Silvio Santos em uma chamada da própria emissora, o relacionamento de cada uma com o dono do SBT é muito diferente.
Christina Rocha, 37, segue no seu "Alô, Crystynah" uma linha determinada pelo empresário. O programa é uma espécie de game show com artistas e distribuição de prêmios para o público, baseado no "Hola Susana", da Argentina, e no "Alo Rafaela", italiano.
"A idéia veio do próprio Silvio Santos. Há anos eu queria ter meu próprio programa. Ele me procurou e eu aceitei", diz.
"Eu sei que fazem muitas críticas sobre o programa, os bailarinos, as roupas que uso, o cenário... Mas não me abalo. Eu vesti a camisa", diz.
Christina conta que criou um personagem e o "curte para caramba". "Nunca tinha dançado, nem cantado, nem uso aquelas roupas no dia-a-dia. Tudo isso foi criado pelo Silvio. Ele quis assim e eu confio nele como apresentador e empresário."
A investida em longos vestidos e cenários dourados deu resultado. O programa estreou com média em torno dos 8 pontos e ganhou fôlego nos últimos três meses, ficando na casa dos 15 pontos.
Márcia fez parte de uma nova investida do SBT. A emissora chamou o produtor norte-americano Albert Phillip Lewitinn para criar um talk show nos modelos dos EUA, com debates de temas polêmicos ancorados por uma apresentadora.
A novata Márcia, 35, é a única que não conhece o empresário pessoalmente. "Ele não influi no direcionamento do programa, só tenho alguns "feedbacks" do Albert de que ele está impressionado e surpreso com o desempenho."
"Márcia", que vai ao ar às terças-feiras, desde sua estréia registrou médias de até 17 pontos de audiência, algumas vezes ganhando por alguns minutos até da líder Globo.

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