São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997 |
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Superficialidade estraga 'Mãe É Mãe'
MARILENE FELINTO
Trata-se do caso clínico de John, um escritor insatisfeito com sua obra e sua vida, divorciado pela terceira vez, que decide, aos 40 anos, voltar para o útero da mãe em busca das respostas que possam torná-lo menos infeliz. O útero da mãe é apenas a casa de uma mãe americana típica, de onde John saiu cedo demais. Acontece que a vida de John não deu certo como a de seu irmão mais novo. Inconformado e achando que a mãe não o ama, ele volta, para viver o que chama de "experimento" com ela. O papel do filho cabe ao meio inexpressivo Albert Brooks, também diretor do filme, reconhecido comediante de TV, ator e diretor mediano. A novidade fica por conta do papel da mãe, que marca o reaparecimento de Debbie Reynolds ("Cantando na Chuva"), queridinha das telas americanas nos anos 50, há 27 anos sem fazer cinema. O experimento de John causa certo transtorno no cotidiano da mãe, uma viúva independente, perto dos 70. E altera também o relacionamento de ambos com o irmão, que se sente enciumado. A sequência de confrontos e situações-limites que John e a mãe experimentam são engraçados às vezes, mas não atingem a profundidade psicológica nem a dramaticidade que se esperaria. Mais interessante do que o filme em si é ver Debbie Reynolds vivendo uma personagem que de certo modo experimentou na vida real. Ela é mãe da atriz Carrie Fisher, que mergulhou no mundo das drogas em fins dos anos 70 e publicou, em 1987, o romance autobiográfico "Postcards from the Edge", que virou o filme "Lembranças de Hollywood". O retrato que ela traçou ali da mãe Reynolds não é dos melhores. (MF) Filme: Mãe É Mãe Produção: Estados Unidos, 1996, 103 min. Direção: Albert Brooks Com: Albert Brooks, Debbie Reynolds Lançamento: CIC (011/816-0852) Texto Anterior: Inédito no cinema, 'Jogada de Risco' surpreende Próximo Texto: Os dez vídeos mais retirados Índice |
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