São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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Prona pune envolvidos com venda de vaga

BERNARDINO FURTADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Comissão Executiva Nacional do Prona destituiu os membros da Comissão Diretora Regional Provisória da sigla em São Paulo. A medida, comunicada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por ofício de 20 de outubro último assinado pelo presidente nacional do Prona, Enéas Ferreira Carneiro, foi provocada pela venda de vagas de candidatos a deputado estadual revelada pela Folha.
Milton Melfi, presidente do diretório paulista do Prona flagrado negociando uma vaga para deputado estadual com o vereador de Osasco Romeu Pepino, perdeu também os cargos de membro do Diretório Nacional do Prona e do Conselho Fiscal Nacional.
A direção nacional do partido suspendeu por seis meses os direitos de filiado de Jorge Martinez, que era assessor do vereador paulistano Osvaldo Enéas Nantes Soares. O repórter da Folha presenciou uma ligação telefônica em que Martinez disse ter um parente disposto a vender a vaga de candidato a deputado estadual para o vereador Romeu Pepino por R$ 15 mil.
Apesar de as medidas punitivas atestarem a existência no Prona-SP do esquema de venda de vagas de candidato para as eleições de 1998, a direção nacional do partido resolveu punir também o denunciante com processo no Conselho de Ética Nacional da sigla.
A carta de Enéas ao TRE justifica a medida dizendo haver uma proposta de expulsão de Pepino do Prona "em face (sic) de haver ludibriado a direção regional do partido, quando adentrou temerariamente no estabelecimento (a sede do Prona em São Paulo, com um jornalista disfarçado de assessor, quando poderia, em se sentindo prejudicado em seus direitos, ter recorrido ao Diretório Nacional do Prona, instância superior do partido".
O vereador Pepino disse ontem que irá "com o maior prazer" depor ao conselho de ética. Segundo o vereador, a destituição dos membros do diretório regional do Prona e a convocação dele para depor, sob ameaça de expulsão, representam uma contradição que a direção nacional do Prona precisa explicar.
"Não é correto dizer que eu poderia ter recorrido ao diretório nacional, uma vez que o assunto (a postulação de uma vaga na chapa de deputados estaduais) era de competência do diretório regional do partido", disse Pepino.
A Folha tentou ouvir por telefone o ex-dirigente do Prona Milton Melfi, adiantando o objetivo da entrevista. Até o fechamento desta edição, não havia obtido resposta.

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