São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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O melhor do Oeste

MELCHIADES FILHO

Ele foi reconstruído para emplacar apenas no final do século. Mas a competência de seus dirigentes antecipou a expectativa de resultados.
Na verdade, o potencial do Los Angeles Lakers já se esboçou no campeonato passado.
A equipe ganhou 56 vezes em 82 partidas e só caiu nos playoffs diante do Utah (a ESPN, aliás, mostra tira-teima do duelo nesta sexta, na abertura do torneio 97/98).
É um índice de vitórias impressionante, levando-se em conta que os Lakers foram dizimados por contusões ao longo do ano -em apenas 11 oportunidades conseguiram contar com o quinteto titular.
Ou uma proeza, posto que o principal desfalque foi exatamente o melhor jogador, Shaquille O'Neal, ausente de 31 jogos por problemas nos joelhos.
Agora, saudável, a equipe deve mostrar equilíbrio em todos os setores da quadra.
No garrafão, conta com O'Neal, o ícone nº 2 do basquete norte-americano, atrás só de Michael Jordan. Próximo à cesta, ninguém supera o pivozão -é o único na NBA com médias superiores a 25 pontos e 10 rebotes por jogo.
Os armadores se completam: se Nick van Exel é fominha e explosivo no desenho do ataque, Eddie Jones se destaca pelo jogo tático e marcação.
Nas alas, aparecem Robert Horry, bom arremessador de longa distância (fundamental em times com superpivôs), e Elden Campbell, grandalhão que vem da temporada mais positiva de sua carreira.
Para melhorar, foi contratado Rick Fox, ex-Boston, um especialista em defesa de contra-ataques, o principal buraco da equipe em 96/97.
Para os críticos, a volatilidade de Van Exel pode pesar na reta final. Em maio, por exemplo, ele rompeu em público com o técnico Del Harris.
A diretoria dos Lakers até concorda com essa análise. Nos seus planos, o ótimo Kobe Bryant, 19, deverá eventualmente tomar a posição.
Mas os últimos playoffs mostraram que ainda é cedo -o "menino-maravilha" acabou afinando contra o Utah.
Fala-se também que falta estrada para os Lakers sonharem com o título.
De fato, a média de idade da equipe californiana é baixa: 25,4 anos, cinco a menos do que o supercampeão Chicago.
Dos 12 atletas, só O'Neal, 25, já sentiu o gosto, e o fardo, de uma decisão de NBA.
O pivô minimiza esse "handicap". Promete suprir ele a liderança emocional da tropa: "Não terei receio de ferir os sentimentos de ninguém".
Sem querer me deter nessa discussão etária (acho, sim, que moleques podem ser campeões), o fato é que, no papel, os Lakers são hoje os mais fortes da Conferência Oeste, uma das metades da NBA.
"Se tiverem a cabeça no lugar, não tem para ninguém", concorda o veterano ala-pivô Charles Barkley, do Houston.

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