São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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SUPERCHARGER

CAMILO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Há coisas que as gravadoras acabam lançando aqui, que não dá para entender a razão mercadológica. O Supercharger, por exemplo, desconhecido aqui e, mesmo lá fora, não vendeu muito.
Mas o disco do Supercharger é muito bom, desses de arrancar os tacos do assoalho.
Uma das características marcantes da cena big beat é o senso de humor e a postura debochada.
No Supercharger isso é evidente. Quem chama um disco de "bigode de uma parede à outra" só pode ter coisa boa para oferecer. Como músicas como "Filters" (filtros), sobre cigarros, e "Spacemaker Deluxe", um modelo de geladeira.
O título da música "We Rock" é auto-explicativo. Com seus breakbeats maldosos, a faixa tem mais turbinagem do que qualquer coisa que o Green Day já fez.
Este é um dos charmes do big beat: ele bebe goles enormes no hip hop e acaba arrotando rock'n'roll, limpando a boca depois na manga da camisa tecno que está usando. Ou seja, o big beat é um som de festa irresistível, pois reúne os elementos infalíveis de cada gênero.
Um pouco de história explica: Slapper Dave, com cabelo espetado descolorido, e Darren Picles, que integram o Supercharger, tem no seu currículo passagens pelo punk, garage rock, hip hop e, finalmente, rave.
Quer dizer que nas suas festinhas ainda rola "Kiss", do Prince. Com esse disco do Supercharger na praça, faça-me o favor.
(CR)

Disco: Wall To Wall Moustache
Grupo: Supercharger
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 18, em média.

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