São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997 |
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Brumachon faz a guerra em "Folie"
RUI MARTINS
Trazem o espetáculo "Folie", história de um grupo que dança a guerra, a morte, a perda das ilusões e esperanças, terminando com o corpo prisioneiro de suas próprias expressões. O grupo, em turnê pela América Latina, chegou de apresentações na Argentina e no Uruguai. Depois, irá ao Paraguai, Peru e Chile. Antes de embarcar para a América Latina, Claude Brumachon conversou com a Folha. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. * Folha - Como pode definir seu espetáculo "Folie", que será apresentado em São Paulo? Claude Brumachon - "Folie" é uma peça importante do meu repertório. Ela fala da guerra, da violência e do amor. Trata dos sofrimentos humanos, partindo da energia vital de 15 dançarinos, e a temática de base é a de pessoas revoltadas que vão ao ataque de alguma coisa, mas no caminho perdem a noção do porquê estavam revoltados. Não é por acaso que estou levando "Folie" à América do Sul. Folha - No seu trabalho, existe sempre uma preocupação social? Brumachon - Sim. Desejo sempre romper fronteiras com a dança. Existe a dança, bonita, feita para o prazer, mas acho que ela deve veicular algo mais profundo, quase político. Folha - Há então, claras preocupações políticas em seu trabalho? Brumachon - Exatamente. Não gosto da dança que sonha e flutua, prefiro que seja alguma coisa aberta para o mundo, não para satisfazer vaidades. Folha - Você vai se apresentar com 15 dançarinos? Brumachon - Não, estou levando 13. Um grupo cosmopolita -há uma chilena, um filipino, um búlgaro, uma espanhola, uma italiana e os franceses. Não conseguimos incluir africanos no grupo por dificuldades de obtenção de vistos. Mas a situação na França, agora, já melhorou bastante. Texto Anterior: Brasil marca presença no 40º Festival de Leipzig, na Alemanha Próximo Texto: Coreógrafo aborda tristeza no Chile Índice |
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