São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Verdades e mentiras do rodeio

EMÍLIO CARLOS SANTOS

O rodeio existe há quase 50 anos no Brasil e há mais de 100 nos EUA. É um esporte inspirado na prática das fazendas. Quanto aos equipamentos que têm causado polêmica, o sedém e a espora, em condições ideais, não provocam prejuízos aos animais.
O sedém é uma tira feita de lã de carneiro com certa elasticidade, que é amarrado circundando a região lombar e a virilha do animal. Não os órgãos genitais, como se propaga. É utilizado até por questões de segurança. Os animais de rodeio pulam por índole.
O uso da espora no rodeio, que não é a popular, pontiaguda, é supervisionado. Principalmente porque os donos de tropas e boiadas não têm interesse em permitir que seus animais sejam feridos.
Segundo um estudo desenvolvido pela Unesp de Jaboticabal (SP), sob a coordenação do professor Tenório Vasconcelos do departamento de patologia veterinária e de mais seis professores, o sedém não provoca lesão. A análise de esperma aplicada em bovinos com quatro anos de rodeio mostrou que o sedém não provoca qualquer alteração no animal, que continua apto à reprodução. Também foi comprovado que o sedém incomoda, mas não provoca dor.
Os rodeios geram empregos e incentivam a indústria country, além de entreter milhões de famílias brasileiras. Infelizmente, assim como em qualquer outro segmento, falta profissionais. Há pessoas que colocam em risco o bem-estar dos animais e a segurança do público. Outro prejudicado é o organizador de rodeio, que por desconhecer esse fato, ainda fica sujeito às ações terroristas de entidades públicas, que em vez de instruí-lo a respeito, e punir quem o enganou, simplesmente emitem liminares contra o evento na calada da noite. Nós, profissionais do rodeio, combatemos o mau caráter e separamos o joio do trigo. Sugiro que o Ministério Público ou outro órgão competente também o faça, com critério e seriedade.

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