São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Brasileiro prefere cozinha caseira

BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA

Uma boa notícia para os produtores de arroz, feijão, mandioca, milho e outros alimentos tipicamente brasileiros.
Pesquisa divulgada pela Standard Ogilvy & Mather ("Listening Post" de outubro último) revela que a comida predileta do brasileiro ainda é a caseira, apesar das atribulações da vida moderna.
Objeto de desejo
A agência consultou 800 pessoas em sete capitais (400 donas de casa e 400 chefes de família) sobre seus objetos de desejo, incluindo a comida.
A maioria (76%) manifestou preferência pela comida caseira (veja tabela ao lado).
O curioso é que essa predileção ocorreu em quase todas as classes sociais, exceto a B, onde a culinária italiana apareceu em primeiro lugar.
O resultado é surpreendente e se contrapõe a outras pesquisas realizadas por entidades paulistas, como a da Fipe-Agrícola, da Universidade de São Paulo, que apontou uma tendência de substituição de produtos tradicionais, como o feijão com arroz, por alimentos mais práticos e de preparo rápido.
A tese em voga entre os pesquisadores é de que a vida atribulada dos grandes centros urbanos está afastando os brasileiros da cozinha e a figura da dona de casa está em extinção.
Vegetarianos
A lista mostra outra surpresa: a valorização da culinária vegetariana, que aparece na frente das cozinhas japonesa, árabe e francesa.
A culinária francesa está mal cotada inclusive entre os entrevistados da classe A, que se mostram extremamente conservadores em relação ao paladar.
Vale destacar também o crescimento dos vegetarianos na terra do churrasco.
Em Porto Alegre (RS), 6% dos entrevistados se declararam adeptos das saladas, legumes e frutas, embora 50% mantêm-se fiéis ao bife.
O maior reduto dos vegetarianos, porém, é Curitiba (13% dos entrevistados).
Bacalhau em baixa
As cozinhas baiana e portuguesa estão em baixa.
Apenas 3 dos 800 entrevistados citaram a comida portuguesa como predileta.
A baiana foi escolhida por apenas 2%, sendo mal cotada inclusive em Salvador.
No Rio de Janeiro, a comida mineira (42%) faz mais sucesso do que a italiana (34%).

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