São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Tempo de eleição; Cota fisiológica; Reserva estratégica; Bomba-relógio; Nem Deus; No mesmo barco; Apenas psicológico; Amarra tucana; Os homens do presidente; Saco de casuísmos; Periga sair mais barato; Briga judicial; História de pescador; Visita à Folha

Tempo de eleição
FHC deverá pedir uma trégua ao fisiologismo na reunião de hoje com os líderes do Congresso, incluindo ACM e Temer, a fim de ver se aprova a reforma administrativa. O Planalto tentará estabelecer um teto para as reivindicações "políticas".

Cota fisiológica
O presidente reuniu os ministros ontem para deixar claro que todos terão que apertar os cintos devido à crise das Bolsas. Cortes ocorrerão nos Orçamentos de 97 e 98, mas deverão ser preservadas, porém, reivindicações dos parlamentares até certo limite.

Reserva estratégica
Enquanto tenta trégua com o fisiologismo, o governo lista os cargos que ficarão vagos a partir de dezembro, do segundo escalão para baixo, com a saída dos candidatos. Acha que vai precisar deles como moeda de troca.

Bomba-relógio
Para Paulo Nogueira Batista Jr. (FGV), a aproximação das eleições vai elevar os riscos de um ataque especulativo contra o Real: "Os especuladores dificilmente acreditarão que o governo estará disposto a elevar os juros às vésperas das eleições".

Nem Deus
FHC não gostou de Gustavo Franco ter cunhado a expressão "saco de maldades", por passar a idéia de sacrificar a população. Mas depois, segundo auxiliares, também pisou na bola, ao falar de improviso "só Deus sabe" (quando os juros vão baixar).

No mesmo barco
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) acha que o "instinto de sobrevivência" fará os aliados diminuir as reivindicações franciscanas por conta da crise das Bolsas: "Se o governo for mal nas eleições de 98, quem o apóia também tenderá a ir mal".

Apenas psicológico
Apesar de achar as reformas fundamentais, o ex-ministro Maílson da Nóbrega (Sarney) diz que elas terão impacto quase zero na crise atual. "O efeito delas no curto e médio prazo é muito reduzido", argumenta.

Amarra tucana
A saída de Eduardo Jorge da Secretaria Geral para a coordenação da campanha de FHC tem um objetivo claro: diminuir o espaço de Serjão no time eleitoral. Os dois se dão muito mal. Serjão teria participação, mas mais discreta do que teve no pleito de 94.

Os homens do presidente
O ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) deve acumular mais poder com a saída de Eduardo Jorge da Secretaria Geral. Assumiria o posto interinamente. Carvalho é outro auxiliar de FHC que diverge de Serjão.

Saco de casuísmos
O governo voltou a falar na alteração já do regimento da Câmara, prevista para ocorrer a partir da reforma da Previdência. Seria a saída de emergência para a reforma administrativa.

Periga sair mais barato
Milton Seligman (Incra) fará projeto-piloto em 98, por meio de licitação, para testar a privatização da reforma agrária. Com exceção da compra da terra, a infra-estrutura do assentamento ficaria a cargo de empresas.

Briga judicial
O TSE vota hoje recurso do senador Roberto Requião (PMDB) contra a decisão do TRE do Paraná que cassou seu mandato em novembro de 96. Deve acatá-lo.

História de pescador
Duda Mendonça ganhou o Campeonato Brasileiro de Marlin Azul no fim-de-semana, em Salvador. Pescou quatro peixes, o maior deles com 195 kg.

Visita à Folha
O superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Alberto Hideki Kanamura, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do diretor-executivo do Instituto Central, Gonzalo Vecina Neto, do coordenador de projetos do hospital, Nelson Frenk, e do diretor-executivo da revista "Médico", Luís Mir.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De José Aníbal (PSDB-SP), sobre o argumento de que o Congresso não vota as reformas devido à proximidade eleitoral:
- É uma bobagem. O que há é um certo relaxamento. Nós votamos o FSE (Fundo Social de Emergência) em fevereiro de 94, quando o Congresso estava sendo açoitado pela CPI do Orçamento, o presidente era o vice e a eleição estava marcada para outubro.

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