São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Interpol procura outros dois fraudadores

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Mais dois condenados por fraudes contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estão sendo procurados no exterior pela Interpol (Polícia Internacional): Raimundo Linhares de Araújo e Ronaldo de Silveira Bravo.
Julgados à revelia (não compareceram ao tribunal no dia do julgamento), Araújo (ex-procurador do INSS) e Bravo (advogado) foram condenados, cada um, a 11 anos de prisão.
A condição de foragidos da Justiça -aliada à suspeita de que, como Jorgina Maria de Freitas, viajaram para fora do Brasil- levou a PF (Polícia Federal) a pedir ajuda à Interpol para capturá-los.
Bravo advogava em ações que a Justiça comprovou terem sido lesivas ao patrimônio do Ministério da Previdência Social. Araújo era um dos procuradores envolvidos no esquema de aprovação de indenizações milionárias.
Os foragidos são apontados pela Justiça como integrantes da quadrilha chefiada por Jorgina e pelo ex-juiz estadual Nestor José do Nascimento, que cumpre pena de 15 anos e 6 meses de prisão.
A quadrilha teria desviado R$ 300 milhões do INSS, por meio de fraudes em ações indenizatórias, a maior parte reivindicando pagamentos por acidentes de trabalho fictícios ou doenças inexistentes.
No ano que vem, Jorgina irá a novo julgamento, sob a acusação de envolvimento em fraudes praticadas em Nova Iguaçu (município na Baixada Fluminense, a 20 km do Rio).
Apesar de ligados à advogada, Araújo e Bravo não estariam com ela no exterior, segundo a Folha apurou junto a agentes que trabalham na Interpol no Rio.
Paraguai e Bolívia
A hipótese mais provável é a de que os dois estejam em países vizinhos ao Brasil, possivelmente Paraguai e Bolívia. Araújo e Bravo estariam reingressando periodicamente no Brasil. A PF suspeita que os foragidos usam documentos com identidades falsas.
Além de Nascimento, o advogado Francisco Antônio de Freitas Neto, irmão de Jorgina, também está preso. Ele foi condenado pela Justiça Federal a sete anos de prisão, por envolvimento nas fraudes contra a Previdência, e cumpre pena no Rio.

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