São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Família crê em espancamento

DA REPORTAGEM LOCAL

A família do estudante D.P.A. tem certeza de que ele não morreu afogado. Mas ninguém arrisca afirmar o que pode ter acontecido com ele.
"Ele nada muito bem, não iria morrer afogado", afirmou seu irmão Djalma Pereira de Araújo, 21. "Acho que os guardas espancaram meu irmão e, com medo de que ele os denuncie, estão deixando-o escondido até sumir as marcas."
Djalma falou que começou a ficar preocupado com seu irmão por volta das 22h de domingo, horário máximo em que ele costuma chegar em casa. Então ele saiu de casa para procurá-lo, sem sucesso.
"Minha família só está vivendo para achar meu irmão. Ninguém foi trabalhar hoje. Estamos desesperados", declarou Djalma.
Djalma admite que seu irmão é "muito agitado" e nunca pára em casa, mas diz que ele nunca deu problemas anteriormente.
"Ele brinca na rua como todas as crianças, mas nunca roubou ou usou drogas."
D.P.A. está cursando a oitava série na escola estadual Euclides Figueiredo, no Jaguaré (zona sudoeste), onde estuda desde a primeira série. Segundo Djalma, ele nunca repetiu de ano.
Apesar de morar em favela, sua família tem um nível cultural bem melhor que os vizinhos. Seus dois irmãos mais velhos concluíram o segundo grau.
Um deles trabalha com processamento de dados e a outra é bancária.

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