São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Juros altos dificultam venda de veículos

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos e instituições financeiras que operam com crédito ao consumidor iniciaram a semana com novas taxas de juros para o financiamento de veículos.
As novas tabelas indicam juros ao mês entre 4,4% e 5,2%, o que representa uma elevação de aproximadamente 62% sobre as taxas anteriores.
Manoel de Oliveira Franco, presidente da Acrefi (entidade que representa as instituições de crédito ao consumidor), afirma que alguns bancos estão mais exigentes na concessão do financiamento, com receio de aumento na inadimplência.
"Algumas instituições estão diminuindo o prazo de financiamento e exigindo uma entrada maior", diz o dirigente.
"Se o prazo do financiamento era 36 meses, foi para 24 meses. A entrada, que oscilava entre 10% e 20% do valor do veículo, irá para 25% a 30%".
Os bancos das montadoras de veículos ofereciam ontem as mesmas taxas da semana passada. A maioria, porém, reuniu seus diretores para avaliar como se adaptar ao novo patamar de juros do mercado.
A restrição ao financiamento, seja pelo custo maior ou pelo aumento de exigências dos bancos, vai provocar uma retração do mercado, avalia Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (entidade que representa as revendas).
"Estamos recomendando a redução dos atuais estoques e a limitação da reposição".
Segundo o dirigente, as concessionárias, com custos maiores por causa dos juros e vendas em queda, deverão reduzir a política de descontos.
O impacto do choque monetário nos juros do crediário variou de acordo com o tamanho, o fôlego financeiro e a estratégia das lojas.
As grandes redes, com condições de bancar o jogo, procuraram manter as taxas para tentar desovar estoques ou aumentar a participação no mercado.
As lojas de menor porte não tiveram opção a não ser elevar os juros. Não houve consenso: algumas subiram 50%, outras dobraram.

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