São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997 |
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Bancos já calibram queda
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Sem levar em consideração os impostos, a taxa cobrada nos empréstimos é, na realidade, a soma do juro que foi pago para captar os recursos mais um "spread" (diferença) -que varia conforme o lucro e o tamanho do risco (de não receber). Nas linhas de empréstimos para pessoas físicas, a maioria dos bancos promoveu agora somente um ajuste no componente "juros" -e não mexeu nos "spreads". É que as instituições consideram que as taxas de juros vão cair -são insustentáveis-, embora ainda não esteja claro a que velocidade. Os juros nos negócios de um ano já não são de 43%, mas ao redor de 30%. Vão oscilar mais, já que ainda não encontraram seu novo patamar de equilíbrio. Logo, apostam os bancos, com o passar do tempo, mesmo mantendo o custo inalterado para o tomador do empréstimo, vai cair a participação no preço final do componente "juro" (custo de captação) e aumentar a do "spread". As equipes dos bancos que passaram o final de semana refazendo as tabelas de preço nos empréstimos não chegaram a bater o martelo nas previsões de quanto vai aumentar a inadimplência. Nas estimativas da Austin Asis, a inadimplência pode crescer 40%, puxada pelo comportamento do crédito às empresas. Os bancos estão convencidos de que o aumento será menor desta vez se comparado com o que ocorreu em 95. Naquele ano, a inadimplência saiu do patamar de 3% para 6% no balanço dos bancos. Para eles, dois motivos devem tornar o quadro menos dramático: o consumidor, escolado, será mais cauteloso e os bancos serão mais seletivos (vão controlar as torneiras). Resta, agora, saber como a concorrência vai afetar essa estratégia -especialmente no segmento de empréstimos para a compra de veículos. Texto Anterior: Para Iglesias, globalização exige o fortalecimento da sociedade civil Próximo Texto: Bolsa de São Paulo se recupera de crise e registra alta de 9,70% Índice |
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