São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Bovespa sobe 9,7%, mas volume é menor

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O volume negociado ontem pela Bovespa foi um dos principais indicadores que deixaram os analistas ressabiados em relação à recuperação do mercado.
Embora se ouvissem suspiros de alívio com a alta de quase 10%, o clima ainda era de desconfiança.
A Bolsa paulista girou R$ 838 milhões, pouco mais da metade do movimento registrado no pior dia da crise da semana passada.
Na segunda-feira dia 27, quando a Bolsa despencou 14,97%, o movimento foi de R$ 1,33 bilhão.
Nos outros pregões de forte queda, o giro ficou sempre próximo a R$ 1,2 bilhão.
O fraco movimento de ontem levou alguns analistas a relacionar a alta a fatores bem menos otimistas do que a puxada dada pelo governo nos juros.
Alguns falaram em "cansaço" dos vendedores, que estariam aguardando maior movimento na ponta compradora para voltar a vender em melhores condições.
Além disso, espera-se que administradores de fundos de investimento vendam papéis durante a semana para fazer frente aos resgates de cotas, o que deve garantir novos momentos de turbulência.
Os mais descrentes comentavam, ainda, que a alta havia sido inflada pelos chamados "chapa-branca".
A expressão define as instituições ligadas ao governo, como fundos de pensão de estatais, que entram comprando para abafar a descrença e brecar a crise.
Câmbio
O mercado de câmbio viveu um dia de profunda tranquilidade se comparado ao desespero que tomou conta da última semana.
No mercado à vista, o dólar ficou próximo ao piso da minibanda de flutuação.
O mercado estava ofertado de dólares -já que ficou muito caro para as instituições carregar suas posições- e o Banco Central realizou um leilão para comprar a moeda das mãos dos bancos.
Com isso, estima-se que tenha voltado para as reservas do BC cerca de US$ 1 bilhão.
O volume é pequeno em relação aos US$ 5 bilhões que estima-se que o BC tenha "queimado" para controlar a pressão contra o real.
Na BM&F, o dólar futuro para dezembro (projeta câmbio de novembro) recuou 0,29%, enquanto os contratos para janeiro caíram 0,38%.

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